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Prefeitura de São Paulo vai autorizar aulas só para ensino médio

Até agora, escolas da capital só podiam abrir para atividades extracurriculares. Mudança vale a partir do dia 3.

A Prefeitura de São Paulo autorizou nesta quinta-feira, 22, as escolas públicas e particulares a voltarem com aulas presenciais apenas para alunos do ensino médio. Até agora, o prefeito Bruno Covas (PSDB) só havia permitido a abertura na capital de escolas para atividades extracurriculares, como esportes, acolhimento e inglês. A mudança vale a partir do dia 3 de novembro e foi adiantada pelo Estadão.

Apesar da autorização, a Prefeitura só tem 8 escolas de ensino médio. Por isso, a maior abertura vai afetar muito mais as escolas particulares e estaduais. O restante das séries, do ensino infantil e fundamental, continuam com atividades extracurriculares. Na rede municipal haverá ainda um estímulo para que os alunos do 9º ano tenham reforço escolar. "Diante dos resultados, entende-se que não é oportuna a volta integral dos escolares", disse o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, depois de mostrar dados de abertura na Europa.

Novas recomendações da Prefeitura, segundo Covas, serão divulgados somente no dia 19 de novembro, depois das eleições municipais. "Faço uma recomendação para jovens do ensino médio, para aqueles que moram em casas que têm alguém com mais de 60 anos de idade, possam permanecer no ensino a distância, mas essa é uma decisão que caberá aos pais", disse o prefeito.

Na semana passada, Covas havia dito que esperaria o resultado do censo sorológico que está sendo feito na rede municipal para tomar a decisão sobre volta ou não às aulas. A intenção do estudo é testar mais de 700 mil alunos e professores para saber quem já tem anticorpos para o coronavírus.

Segundo a Prefeitura divulgou nesta quinta-feita, 13,2% dos alunos e professores já têm anticorpos. "Vamos chamar para voltar apenas os professores que já estão imunizados de acordo com o censo", disse o prefeito Bruno Covas. Até o dia 21, foram 65.400 testados, ou seja, 50% do previsto. Entre os positivos, crianças e adolescentes respondem por 66% do total. Entre crianças e adolescentes de 9 a 13 anos, foram 2.890 exames positivos. Entre adolescentes de 14 a 19 anos, foram 2.849. E entre professores e profissionais de apoio, 2.882.

Os números são parecidos com o que mostrou o inquérito sorológico. A diferença é que esse último é feito por amostragem.

O inquérito sorológico apresentado na semana passada mostrou que, entre os alunos testados, a porcentagem dos que já tinham anticorpos foi de: 15,4% na rede estadual, 17,6% na municipal e 12,6% nas escolas particulares.

Desde 7 de outubro, as escolas públicas e particulares da capital já vêm oferecendo atividades extracurriculares para 20% dos alunos, por dia. Segundo estimativas do sindicato das escolas, 80% delas reabriram. Como esse retorno era voluntário, apenas 15 escolas municipais e cerca de 300 estaduais da capital decidiram voltar.

As escolas particulares tinham expectativa de que a Prefeitura poderia flexibilizar mais a volta das instituções de ensino e permitiria aulas para todos as séries. Também esperavam que fosse aumentada a porcentagem de alunos que pudessem frequentar as escolas presencialmente.

Segundo o Estadão apurou, a área da Saúde da gestão de Bruno Covas tem se posicionado contra uma maior abertura das escolas por receio da contaminação, enquanto a Educação busca a volta às aulas para diminuir os prejuízos de aprendizagem e emocionais dos alunos. Há ainda a preocupação com as eleições, já que pesquisas mostram que 8 em cada 10 paulistanos se dizem contra as aulas presenciais. Covas é candidato à reeleição.

A não abertura total para aulas na capital surpreende também porque São Paulo já está na fase verde desde o começo de outubro. Pelo plano do Estado, depois de 14 dias nessa fase, 70% dos alunos já poderiam estar na escola presencialmente. As cidades podem ser mais restritivas. No entanto, o prefeito Covas já autorizou cinemas e eventos culturais a voltarem.

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