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Coronavírus no Piauí

SIMEPI emite nota de repúdio após declaração de Regina Sousa

O Sindicato afirmou que a declaração de Regina Sousa foi “desrespeitosa, mas também preconceituosa, pois faz um juízo de valor inadequado e baseado em falsas premissas”.

O Sindicato dos Médicos do Estado do Piauí (SIMEPI) emitiu nota, nesta quinta-feira (30), repudiando a declaração da vice-governadora do Estado Regina Sousa (PT), que retuitou a postagem de um professor em suas redes sociais chamando os médicos brasileiros de “racistas e xenófobos”.

Na nota, o sindicato afirma que a declaração de Regina Sousa foi “desrespeitosa, mas também preconceituosa, pois faz um juízo de valor inadequado e baseado em falsas premissas”. O Simepi informou também que além da retratação, espera da vice-governadora um “empenho em garantir o fornecimento, pelo Estado, dos equipamentos de segurança para nossos profissionais”.

A postagem, que foi feita na última terça-feira (28) ganhou grande repercussão, sobretudo pela crise que o País enfrenta devido a pandemia do coronavírus (Covid-19), onde os profissionais da saúde estão na linha de frente em combate a doença.

  • Foto: Lucas Dias/GP1Regina SousaRegina Sousa

A postagem

O impasse teve início depois que o professor Glauco Silva comentou, via Twitter, sobre a tentativa do Governo do Pará em contratar médicos cubanos durante a pandemia do novo coronavírus no Brasil. Ele criticou o CRM do Pará, que havia divulgado uma nota contrária à contratação de profissionais sem o devido registro no conselho.

“Médicos Brasileiros preferem que as pessoas morram do que ter concorrência de médicos de Cuba. Mesmo que essa concorrência seja só pra provar que muitos médicos brasileiros são tão incompetentes quanto o Ministro da Saúde Nelson do 3° Reich!”.

Regina compartilhou a publicação do professor e escreveu "Racistas e xenófobos", se referindo aos médicos brasileiros.

Pedido de desculpas

A vice-governadora do Piauí, Regina Sousa (PT-PI), pediu desculpas por ter chamado os médicos brasileiros de “racistas e xenofóbicos” ao retweetar uma postagem em suas redes sociais, feita por um professor na última terça-feira (28). A posição da petista gerou uma onda de repúdios, sobretudo, pelo momento de crise sanitária causado pela pandemia de coronavírus (covid-19), onde os profissionais de saúde estão na linha de frente do combate à doença.

Após repercussão negativa, Regina Sousa usou mais uma vez as redes sociais para se desculpar com a classe. Ela afirmou que sem intenção terminou concordando com o texto que considerou “ofensivo”.

“Quero pedir desculpa aos médicos(as) que, com razão, se sentiram ofendidos com um retwreeter meu. Sem intenção eu acabei ratificando um texto ofensivo, quando queria apenas reprovar a atitude do CRM do Pará contra a contratação de médicos cubanos, quando faltam profissionais”, escreveu ela no Twitter na noite dessa quarta-feira (29).

Confira a nota na íntegra

O Sindicato dos Médicos do Estado do Piauí – SIMEPI, expressa publicamente seu mais veemente REPÚDIO às declarações da Vice Governadora, Sra. Regina Sousa, em seu perfil da rede social Twitter, no dia 28 de abril de 2020, em que taxou os médicos brasileiros de “racistas e xenófobos”, no contexto em que nos encontramos, de pandemia, durante o qual os médicos tem, heroicamente, arriscado a própria vida em hospitais do Estado, sem estrutura e sem fornecimento adequado de EPIs para cuidar da população.

Consideramos essa declaração não apenas DESRESPEITOSA, mas também PRECONCEITUOSA, pois faz um juízo de valor inadequado e baseado em falsas premissas. É do conhecimento de todos, que nossos médicos brasileiros atendem à toda população sem qualquer discriminação de raça, gênero, credo ou posição social, prestando um serviço que é muito mais reconhecido pelo empenho e dedicação desses profissionais, do que pela estrutura fornecida pelo Estado, especialmente quando falamos de Piauí. A Sra. Vice Governadora revela, dessa forma, sua alienação em relação à real contingência do que enfrentam os médicos brasileiros, nos sucateados hospitais do Estado, saqueados cronicamente pela endêmica corrupção que assola nosso país.

A despeito dessa triste realidade, pesam, também, sobre essas palavras, o momento de pandemia e total insegurança vivenciado por esses profissionais que tem sacrificado suas vidas pessoais, muitas vezes, ficando afastados de suas famílias e exilados em quartos de hotéis, para resguardá-los do risco de contato com este vírus que parou o mundo. A Vice Governadora demonstra insensibilidade e ingratidão com aqueles que mereciam exatamente o contrário, palavras de apoio e reconhecimento, o que é lastimável. Ela transforma a dor e sofrimento em palanque politiqueiro, o que só mostra a sua pequenez.

Diante de tal insensatez, o mínimo esperado da Vice Governadora é uma imediata retratação e um empenho em garantir o fornecimento, pelo Estado, dos equipamentos de segurança para nossos profissionais, que estão na linha de frente da pandemia, além de também garantir que os recursos que estão sendo enviados pelo Governo Federal sejam efetivamente aplicados nos hospitais públicos, de tal forma que possam servir à nossa população tão carente. Se não puder fazer isso pelos seus princípios, mas que ela o faça em respeito ao cargo que ocupa.

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