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Tietê - São Paulo

Tragédia em Mariana fica fora da campanha eleitoral

O rompimento de uma barragem da mineradora Samarco causou a morte de 19 pessoas e deixou 388 famílias desabrigadas.

Após quase três anos da maior tragédia ambiental do Brasil, o desastre em Mariana, no interior de Minas Gerais, passou longe da discussão eleitoral entre os candidatos ao governo. O rompimento de uma barragem da mineradora Samarco causou a morte de 19 pessoas e deixou 388 famílias desabrigadas.

O desastre chegou a ser abordado em um dos debates, mas de forma lateral, e nenhum candidato propôs alguma ação específica para a cidade. Dos nove candidatos ao governo, apenas dois passaram por Mariana durante a campanha.

Dirlene Marques (PSOL) esteve em Mariana logo no começo da campanha, no dia 17 de agosto. No entanto, não se reuniu com a comissão dos moradores atingidos pela tragédia.

Antonio Anastasia, candidato do PSDB e líder nas pesquisas de intenção de voto, visitou a cidade na quinta-feira. Em comício, Anastasia defendeu o retorno das operações da Samarco em Mariana "Nós teremos novamente a Samarco funcionando, teremos empregos e o clima de normalidade de volta à cidade", disse.

'Aversão'

A falta de debate sobre o problema enfrentado pela cidade fez com que parte dos atingidos pela tragédia adotem o discurso de "aversão" pela política.

"A política abandonou a gente demais. Ninguém veio pedir voto. Entendemos que eles não querem se sujar de lama", disse uma das líderes da Comissão dos Atingidos da Barragem de Fundão-Mariana, Luzia Nazaré Motta Queiroz.

O prefeito de Mariana, Duarte Júnior, do PSD, também acredita que a tragédia foi um tema negligenciado pelas campanhas. "Estamos falando de meio ambiente, de sustentabilidade.

Acreditei que seria debatido, até porque tem também a importância para a economia."

Em entrevista à Rádio Inconfidência, na quinta, o governador e candidato à reeleição, Fernando Pimentel (PT), discordou da avaliação de que a tragédia não foi tratada de "maneira adequada" na campanha.

Segundo ele, o acordo para o pagamento de indenizações às famílias já estava adiantado, mas foi contestado pelo Ministério Público. "Podia estar muito mais avançado se a gente tivesse mantido o acordo e evitado a briga", disse.

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