O macaco-prego flagrado capturando filhotes de animais domésticos no quintal de uma residência em Picos passa por um processo de avaliação no Centro de Triagem (CETAS) da Secretria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) e do IBAMA-PI. O animal está em quarentena, e passa por uma série de avaliações físicas e clínicas que envolvem a coleta de materiais biológicos como sangue, fezes, pêlos e possíveis ectoparasitos.

Esse processo é necessário para o animal, visto que o macaco-prego é um animal silvestre e convivia em ambientes diversos, com animais domésticos e pessoas, o que pode favorecer a contaminação de zoonoses como a raiva. Diante disso, o macaco recebeu um microchip, procedimento padrão adotado pelos animais que entram no Cetas do Ibama, e que permite o acompanhamento da avaliação durante o período de quarentena.

O macaco Chico foi recapturado, nessa quarta-feira (20), pelo IBAMA-PI. O vídeo em que o primata aparece carregando alguns filhotes viralizou nas redes sociais nessa terça-feira (19), e diante da repercussão, equipes dos CETAS do Ibama-PI e da SEMARH foram ao município para avaliação do local e captura do animal.

Vale destacar que a cena inicialmente parecia cômica, mas se tratava de um verdadeiro drama vivido pelo macaco-prego. Em contato prévio com a Secretaria de Meio Ambiente de Picos, os agentes foram informados que o macaco-prego era criado em cativeiro, e depois foi abandonado. O Ibama-PI segue em diligências para identificar a pessoa que cometeu o crime.

Vagando pela região, o animal estaria sendo alimentado por moradores da localidade. Após algumas orientações a equipe procedeu para a captura do animal, que está em deslocamento para Teresina, onde passará por exames clínicos e avaliação biológica do comportamento, para em seguida ser devolvido ao seu habitat natural.

Foto: Reprodução/Redes Sociais
Macaco viralizou nas redes sociais após "sequestrar" filhotes de animais domésticos

Segundo relatos de populares, o primata vive na região abandonado há cerca de dois anos, desde o período em que foi capturado na mata e submetido a viver em cativeiro, teve restringido o convívio com outros animais da sua espécie. Tal fato prejudicou a função biológica da natureza do animal, que consiste na dispersão de sementes, reprodução da espécie, etc.

Outro ponto de destaque levantado pelo instituto é o risco à saúde pública, visto que os animais silvestres podem transmitir diversas zoonoses. Por conta da aproximação do macaco-prego com animais domésticos e de pessoas que o alimentavam, o risco era ainda maior de contágio.