Após a paralisação ocorrida nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira (9), motoristas e cobradores do transporte coletivo de Teresina iniciaram, de forma gradual, a retomada das atividades. A mobilização serviu como alerta diante da ausência de acordo entre os trabalhadores e as empresas do setor.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Rodoviário do Piauí ( Sintetro ), Antônio Cardoso , a paralisação teve como objetivo chamar a atenção do poder público e dos empresários para as reivindicações da categoria. Uma nova paralisação parcial está prevista para a tarde desta sexta (09), quando os ônibus devem voltar para as garagens.

Foto: Divulgação/Ascom
Parada de ônibus na rua Areolino de Abreu
Parada de ônibus na rua Areolino de Abreu

O sindicalista afirmou ainda que, caso não haja avanço nas negociações até a próxima segunda-feira (12), a categoria poderá deflagrar uma greve por tempo indeterminado. “O Sintetro segue aberto ao diálogo, mas espera que as pautas dos trabalhadores sejam tratadas com seriedade, para que a população não sofra ainda mais com os transtornos”, destacou Cardoso.

Paralisação

A paralisação desta sexta-feira foi motivada pela falta de consenso com o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut). Entre as principais demandas estão: reajuste salarial linear de 15% para motoristas e cobradores, aumento do vale-alimentação para aproximadamente R$ 900 e contribuição das empresas com R$ 150 no custeio do plano de saúde.

Teresineses afetados

A paralisação afetou a rotina de milhares de usuários do transporte coletivo. A estudante de enfermagem Bruna Marques, que depende dos ônibus para estudar e trabalhar, relatou ao GP1 as dificuldades enfrentadas. “Eu moro na zona sul e preciso ir até a zona leste todos os dias. Pagar Uber fica inviável. Hoje, por volta das 9h, consegui ver alguns ônibus circulando, mas foi bem complicado”, contou.

Bruna também demonstrou empatia pela situação dos trabalhadores, mas teme uma possível greve. “Eu entendo o lado deles, tudo está caro, e quem trabalha merece um salário justo. Mas nós também dependemos do transporte. Espero que cheguem a um acordo e que a greve não aconteça, senão não sei como vou estudar e trabalhar”, desabafou.