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Teresina - Piauí

Professores afirmam que foram impedidos de entrar na Câmara de Teresina

O vereador Jeová Alencar, presidente da Câmara, negou que eles foram impedidos de entrar no local.

Os professores da rede municipal de Educação de Teresina, que estão em greve há 90 dias, realizaram uma nova manifestação na manhã desta quinta-feira (05), na frente da Câmara de Vereadores. A categoria reclama que tentou ter acesso à Casa Legislativa, mas foi impedida.

De acordo com Joaquim Monteiro, membro do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresina, o impedimento ocorreu durante a tentativa de alguns servidores usarem o banheiro da Câmara. “Nós estamos em assembleia aqui em frente à Câmara Municipal e nós queremos acesso à Câmara para uma coisa básica, ir ao banheiro. E também existe uma comissão que quer entregar o despacho do promotor Chico de Jesus para os vereadores tomarem conhecimento, mas a comissão e os próprios servidores que querem entrar na Câmara foram impedidos, não conseguimos entrar nem no banheiro”, contou.

Foto: Lucas Dias/GP1Joaquim Monteiro
Joaquim Monteiro

“Hoje, a advogada tentou entrar e foi impedida. Inclusive, lançando mão das prerrogativas. E foi inclusive, machucada, o rapaz empurrou a porta e machucou o braço dela. Nós vamos fazer o Boletim de Ocorrência”, garantiu Joaquim Monteiro.

O vereador Jeová Alencar, presidente da Câmara, negou que eles estejam impedidos de entrar no local e que apenas pediu que fosse formada uma comissão para conversar com os vereadores. “Nós pedimos que formassem uma comissão para que possamos conversar com eles e ver direitinho a pauta, entendo que é um direito legítimo você reivindicar melhorias para a classe, mas acredito também que a Prefeitura de Teresina, dentro das suas possibilidades, já contemplou o pessoal da Educação", pontuou.

“De maneira alguma [há impedimento], eles têm todo o direito de fazer essa manifestação aqui, quem me conhece sabe e eu pedi só que formassem uma comissão, porque não tem como entrar todos os grevistas na Câmara Municipal de Teresina. Então, o ideal é que entre uma comissão e a gente tem maior prazer de atendê-los”, completou o vereador Jeová Alencar.

Foto: Lucas Dias/GP1Jeová Alencar
Jeová Alencar

Categoria cobra reajuste

Joaquim voltou a falar que a categoria defende o cumprimento do reajuste no piso de 33,24% aprovado pelo Governo Federal. “A lei do piso determinou para esse ano um reajuste do piso de 33,24%. A cada dia entra na prefeitura um absurdo de dinheiro e a prefeitura hoje gasta apenas 47% com o salário dos professores. Então, essa própria lei do piso tem que ser no mínimo de 70%”, declarou.

“Nós entendemos e aprovamos em assembleia que a prefeitura, além de não estar cumprindo a lei do ponto de vista da reposição do piso dos 33,24%, também não cumpre a lei no que diz respeito ao gasto. Está gastando apenas 47% para o pagamento do salário dos professores. E ainda tem um problema, o piso é para quem está no começo da carreira. Hoje quem está no começo da carreira está ganhando menos do piso no vencimento”, explicou Joaquim Monteiro.

Posição da Câmara e greve

Joaquim Monteiro relatou ainda o que os professores esperam dos vereadores. “A princípio, o que a gente está querendo é que os vereadores chamem uma audiência pública. Inclusive, alguns até se comprometeram, o próprio vereador Ismael, mas a grande maioria dos vereadores não querem chamar para uma audiência pública para gente mostrar para a população”, pontuou o sindicalista que disse que o movimento grevista está mantido. “A greve continua por culpa do prefeito Dr. Pessoa que insiste em não respeitar a lei do piso”, declarou.

Líder do prefeito

O vereador Renato Berger, líder do prefeito Dr. Pessoa, explicou que o reajuste que a prefeitura poderia oferecer já foi concedido. "É uma matéria vencida. Os professores reivindicam um aumento de 33,24% para o piso e foi dado 16%, que é maior do que o piso nacional. Portanto, não tem nada de errado nisso. Segunda coisa, todo gestor tem a responsabilidade com a questão da Lei de Responsabilidade Fiscal. E o prefeito não pode estar passando por cima de uma lei para beneficiar a categoria", declarou.

Foto: Lucas Dias/GP1Renato Berger
Renato Berger

Berger lembrou ainda que houve uma audiência pública com a presença do sindicato antes da aprovação do reajuste do piso. "Nós já fizemos uma audiência pública com a participação, inclusive, do sindicato. De todos. Foi-se discutido, foram dadas as opções que tinham, se modificou a lei para que fosse dado de forma linear o aumento. Se fez aquilo que foi possível. Nesse momento, não sei se cabe mais uma audiência pública porque é uma matéria vencida", concluiu.

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