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Viúva que ganhou indenização na Justiça conta as dificuldades enfrentadas após "Chacina da Meruoca"

"Hoje a nossa situação é a seguinte: minhas filhas mais velhas trabalham em casa de família e eu trabalho como faxineira em uma escola", revelou a viúva.

Dez anos após a morte do marido, em email enviado ao site Luzilândia On-Line, em 23 de abril de 2009, a viúva de Vanderli Correia da Silva, um dos mortos por policiais no que ficou conhecido como “Chacina da Meruoca”, relatava as dificuldades que enfrentava para poder criar os filhos. Valdênia da Silva, residente em Três Marias, no Estado de Minas Gerais relatou as inúmeras dificuldades que atravessava:

“Gostaria de ressaltar que a minha situação e de minhas filhas (Kênia, Carla, Pâmela e Débora, na época do crime com 13, 11, 10 e 03 anos de idade respectivamente) não difere da do motorista Manoel Pereira, pois desde o ocorrido enfrento situação bem complicada e difícil para conseguir manter minha família, não tendo nenhum tipo de assistência. Já passamos por inúmeras dificuldades financeiras e de saúde, onde necessitei muito de recurso financeiro, tendo que ter sido amparada por terceiros. Hoje a nossa situação é a seguinte: minhas filhas mais velhas trabalham em casa de família para me ajudar no sustento da casa e eu trabalho como faxineira em uma escola e em mais dois locais, sendo que tenho que levantar de madrugada para poder conseguir executar minhas tarefas, e minha filha caçula, de 14 anos, precisa ir comigo, pois sem a ajuda dela não dá tempo de ir de um trabalho para outro. E mesmo com esses trabalhos, nossa renda é muito baixa e nós conseguimos apenas sobreviver, sem a possibilidade de vislumbrar algo mais para minhas filhas. Para nós é muito difícil estar procurando saber a respeito do processo e "correr atrás" dos nossos direitos, pois a distância e a falta de recursos dificulta muito, mas isso não significa que não precisamos, ou que não estejamos interessados”.

Vandênia e suas filhas vão receber R$ 648 mil de indenização por parte do Estado do Piauí. Os valores serão corrigidos com juros e correção monetária desde o ocorrido, em 16 de janeiro de 1999. Mas, para botar a mão no dinheiro da indenização, vão precisar passar pelo crivo do Tribunal de Justiça do Estado, já que a indenização supera o valor de 60 salários mínimos, de acordo com o que prevê o Código de Processo Civil.

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