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Veja detalhes do depoimento do empresário que denunciou o promotor Maurício Verdejo

O promotor Maurício Verdejo Gonçalves foi alvo da Operação Judas Iscariotes, deflagrada pela PF.

Após revelar o nome do promotor de Justiça do Piauí acusado de cobrar propina de R$ 3 milhões para arquivar uma investigação, o GP1 obteve, com exclusividade, a identidade do empresário que o denunciou. Trata-se de Junno Pinheiro Campos Sousa, dono de várias empresas em Teresina e Parnaíba.

O promotor Maurício Verdejo Gonçalves, titular da 6ª Promotoria de Justiça de Picos, foi alvo da Operação Judas Iscariotes, deflagrada nesta quarta-feira (7) pela Polícia Federal. A ação policial se deu após Junno Pinheiro procurar as autoridades para informar que estava sendo vítima de extorsão.

Foto: Reprodução/InstagramJunno Pinheiro Campos Sousa
Junno Pinheiro Campos Sousa

Durante cumprimento a mandado de busca e apreensão no endereço do promotor, as equipes da PF apreenderam R$ 900 mil em espécie.

Quem é Junno Pinheiro

O empresário piauiense tem participação em 17 CNPJs com empresas no Piauí e Maranhão. A empresa mais antiga é a The Service Equipamentos Medico e Hospitalar Ltda, aberta em 06/02/2017, e a mais recente é a VM Derivados do Petróleo Ltda, aberta em 22/10/2020. Ele também é proprietário da loja de jet skis Velho Monge Power Sports, situada na Avenida Raul Lopes, em Teresina, e da VM Marina Club, em Parnaíba.


Junno Pinheiro ficou conhecido após se tornar réu por homicídio doloso no trânsito, que teve como vítima o arquiteto João Vitor Oliveira Campos Sales, fato ocorrido em julho de 2019 em Teresina.

Denúncia contra promotor

Foto: GP1 (imagem exclusiva)Promotor titular da 6ª Promotoria de Picos, Maurício Verdejo Gonçalves Junior
Promotor Maurício Verdejo Gonçalves Junior

O GP1 obteve acesso à íntegra do depoimento que o empresário prestou à Polícia Federal, no dia 31 de julho. Ele relatou que, no dia 29 de julho estava em um restaurante em Barra Grande, Litoral do Piauí, quando foi abordado pelo promotor, que se apresentou e fez a proposta.

Segundo Junno Pinheiro, Maurício Verdejo cobrou propina de R$ 3 milhões para “facilitar a vida” do empresário e encerrar um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) que tramitava na Promotoria de Picos. O empresário disse que o promotor perguntou se ele estava portando celular antes de iniciar a conversa, aparentemente com medo do diálogo ser gravado. Ele relatou que “somente a partir desse momento o promotor deixou o aparelho smartphone dele sobre a mesa e deu um ultimato, exigindo o pagamento no valor de R$ 3 milhões, a fim de, segundo ele, o noticiante ‘ter paz’”.

Operação Jet Ski

O empresário revelou que o promotor criticou o fato de ele ter recorrido no processo, com um habeas corpus. Segundo Junno Pinheiro, o promotor disse que “com o recurso ao Tribunal a vida dele somente ‘iria piorar’ e somente obrigaria o noticiado a ‘trabalhar mais para o denunciar no processo’”. A investigação em questão ensejou a deflagração da Operação Jet Ski, em 26 de abril deste ano.

A operação deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), noticiada em todos os meios de comunicação, mirou uma das empresas de Junno Pinheiro que teve contratos firmados com hospitais públicos. O empresário, contudo, negou quaisquer irregularidades.

Junno Pinheiro afirmou ainda que o promotor Maurício Verdejo citou, na conversa, o processo em que ele é réu por homicídio no trânsito e se ofereceu para ajudar, dizendo que o promotor do caso, Ubiraci Rocha, era “muito complicado”. No depoimento, Junno Pinheiro disse que procurou a Polícia Federal por medo de, ao denunciar o caso na Corregedoria do Ministério Público, o promotor “agravar as ameaças”.

"Muita força"

Ainda conforme o empresário, o promotor disse ter “apoio e muita força” no âmbito do Poder Judiciário. De acordo com Junno Pinheiro, o promotor disse que “não importa quais recursos eu movimente, todos ‘iriam parar’ em desembargador ou em juiz ‘ligado’ a ele”.

Operação Judas Iscariotes

A operação foi batizada de Iscariotes em referência a Judas Iscariotes, indicando traição por parte de Maurício Verdejo.

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