Dois agentes contraíram tuberculose no Piauí, diz Sinpoljuspi

O presidente do Sindicato dos Policiais Civis Penitenciários e Servidores da Secretaria de Justiça do Piauí (Sinpoljuspi), Kleiton Holanda, revelou ao GP1 nesta quinta-feira (03), que dois agentes penitenciários no Piauí foram diagnosticados com tuberculose. Somente no mês de dezembro dois detentos morreram vítimas da doença no estado.

“Nós nos deparamos nesse final de ano com duas mortes por tuberculose, no Hospital Penitenciário. De lá pra cá nós fizemos uma série de divulgações, aí chegou a informações de que vários presos estão com sintomas da doença, alguns já estão em tratamento, um número bastante grande e envolvendo várias unidades prisionais do estado: Major César, Altos, São Raimundo Nonato, Casa de Custódia, Irmão Guido e outras unidades. Dois agentes penitenciários também fizeram o exame e constataram a tuberculose, eles trabalhavam justamente no hospital penitenciário, já não trabalham mais”, disse Kleiton.

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• Foto: Brunno Suênio/GP1Kleiton Holanda

O presidente informou que o sindicato já acionou os órgãos de saúde para realizarem um mutirão, com a finalidade de detectar quem está com doença e assim evitar uma epidemia no sistema prisional do estado.

“Estamos solicitando o apoio da Secretaria de Saúde tanto do estado como do município, e da Vigilância Sanitária, para fazerem um mutirão, e realizar exames em todos os presos, inclusive em servidores também, para que se faça um diagnóstico mais preciso da doença, e que a gente possa realmente combater e erradicar ela das prisões, porque o preso que vem da delegacia para as unidades prisionais se ele vier doente, se não se detecta logo, se torna então um risco iminente de uma contaminação geral no estado. Estamos buscando esse apoio junto aos órgãos de saúde para que a gente possa trabalhar em conjunto e combater essa epidemia da tuberculose, já com mortes dentro do sistema prisional”, informou.

Número de doentes

A Secretaria de Justiça do Piauí (Sejus) relatou, por meio de uma nota, que foram registrados dez casos de detentos que estão com a doença nas prisões do estado: Penitenciária José de Ribamar Leite - Casa de Custódia (02); Penitenciária Irmão Guido (04), Unidade de Apoio Prisional (03), Penitenciária Gonçalo de Castro Lima - Vereda Grande (01), que fica em Floriano.

Já o presidente do Sinpoljuspi contabilizou pelo menos 17 casos nas penitenciárias, sendo: Penitenciária Irmão Guido (05), Penitenciária José de Ribamar Leite - Casa de Custódia (06), Casa de Detenção Provisória Cap. Carlos José Gomes de Assis em Altos (01), Casa de Detenção Provisória “Dom Inocêncio Lopez Santamaria” em São Raimundo Nonato (02), e Major César Oliveira (03).

“É um número bastante acentuado para uma doença tão destrutiva que é fácil de detectar, de fácil controle, de fácil medicação, mas o problema está justamente na demora para localizar quem são as pessoas que estão doentes, e quem já esteve com a doença, porque daqui que o preso sinta os sintomas, ele passa por um período de convivência com os demais detentos e com servidores, e isso traz a preocupação que a gente tanto ressalta”, afirmou Kleiton Holanda.