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Veja os nomes dos empresários e advogados presos na Operação Inventário

Foram presas 11 pessoas na operação, no entanto, oito são apontados como sendo os principais membros.

Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira (27) sobre a “Operação Inventário”, a Polícia Civil do Piauí explicou como atuava a organização criminosa especializada em fraudes a inventários a fim de obter patrimônio de pessoas falecidas.

Foram presas 11 pessoas na operação, no entanto, oito são apontados como sendo os principais membros da organização criminosa. São eles: Dellano Sousa e Silva, preso em Ribeirão Preto (SP); Ana Clarine Vieira de Oliveira, presa em Ribeirão Preto (SP); Diego Guilherme de Oliveira Abreu, preso em Teresina (PI); Natalia Miranda da Silva, presa em Guaraqueçaba (PR); Diego Gedean Miranda, preso em João Pessoa (PB); Elano Lima Mendes e Silva, Liana Erica de Sousa e Elizafan Moraes Amorim, presos em Teresina (PI).

Foto: Alef Leão/GP1Presos na Operação Inventário
Presos na Operação Inventário

Dellano Sousa e Silva

Dellano Sousa e Silva, preso em Ribeirão Preto, no estado de São Paulo, foi apontado como sendo o líder da organização criminosa.

Foto: Reprodução/FacebookDellano Sousa e Silva
Dellano Sousa e Silva

Segundo o delegado Anchieta Nery, Dellano Sousa era empresário e tinha informação privilegiada sobre os falecidos. “Ele é uma pessoa que se apresentava em Teresina como empresário. Tinha como propriedade de fato duas empresas, uma em Teresina e uma em São Paulo. Ele optou por colocar essas empresas em nome de terceiros. Ele se apresentava como uma pessoa de grandes posses financeiras, passeios de embarcações, veículos de luxo. A partir da obtenção dessas informações privilegiadas, ele passou a procurar advogados com acessos suficientes para o andamento desses processos em uma velocidade diferente da normal e com cuidados aquém do normal”, explicou.

Ana Clarine Vieira de Oliveira

Foto: Reprodução/FacebookAna Clarine Vieira de Oliveira e Dellano Sousa
Ana Clarine Vieira de Oliveira e Dellano Sousa

Ana Clarine Vieira de Oliveira também foi presa em Ribeirão Preto, no estado de São Paulo. A empresária, que é esposa de Dellano Silva e mãe de Diego Guilherme, era responsável por receber valores dos advogados contratados por Dellano.

Diego Guilherme de Oliveira Abreu

Foto: Reprodução/FacebookDiego Guilherme de Oliveira Abreu
Diego Guilherme de Oliveira Abreu

Diego Guilherme, preso em Miguelópolis, no estado de São Paulo, é filho de Ana Clarine e enteado de Dellano Silva. Ele também era responsável por receber valores dos advogados contatados por Dellano e repassar o dinheiro a ele.

Natalia Miranda da Silva

Natalia Miranda, presa em Guaraqueçaba, no Paraná, era uma das advogadas contratadas por Dellano. Ela era responsável por peticionar ações fraudulentas junto ao Poder Judiciário.

Diego Gedean

Foto: Reprodução/FacebookDiego Gedean Miranda
Diego Gedean Miranda

O guarda municipal de Caxias, Diego Gedean, foi preso em João Pessoa, na Paraíba. Ele é neto da juíza titular da Comarca de Elesbão Veloso (PI), Maria da Paz. Ele figura como investigado pelo fato de ter recebido valores financeiros de Dellano Sousa para facilitar ou agilizar o despacho do processo na comarca de Demerval Lobão.

Elano Silva

Foto: Reprodução/LinkedinElano Lima Mendes e Silva
Elano Lima Mendes e Silva

Elano Silva foi preso em Teresina, no Piauí e é um dos advogados contratados por Dellano Sousa responsável por peticionar ações fraudulentas junto ao Poder Judiciário.

Liana Erica de Sousa

Foto: Reprodução/InstagramLiana Erika de Sousa e Elano Lima Mendes e Silva
Liana Erica de Sousa e Elano Lima Mendes e Silva

Erica de Sousa foi presa em Teresina com cerca de R$ 30 mil em dinheiro e uma pistola roubada de um perito da Polícia Federal. Ela é esposa de Elano Silva e também atuava na organização criminosa, peticionando ações fraudulentas na Justiça.

Elizafan Moraes Amorim

A advogada Elizafan Amorim também foi presa em Teresina. Ela também era responsável por peticionar ações fraudulentas no Poder Judiciário em favor de Dellano Silva.

Operação Inventário

Durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira (27), na seda da Delegacia Geral da Polícia Civil do Piauí, o delegado Matheus Zanatta, um dos titulares do inquérito policial, detalhou como se deu o início das investigações até se chegar à fase ostensiva da ação policial, ocorrida nessa quarta-feira (26), nos estados do Piauí, Paraíba, São Paulo e Paraná.

“Isso começou a ser investigado no final do ano passado, quando chegou uma denúncia de um processo fraudulento de inventário em Demerval Lobão, onde lá foram expedidas algumas decisões fazendo o bloqueio de ativos financeiros do inventariado, levantado alvarás judiciais no valor de quase R$ 500 mil. No decorrer das investigações, descobrimos outros quatro processos trabalhistas em Barra do Corda-MA, todos eles no mesmo modo de operação, eram ações trabalhistas fraudulentas onde tinha a confecção de acordos trabalhistas fraudulentos. Esses acordos eram homologados pelo juiz, era feito o bloqueio de ativos financeiros e, mediante decisão judicial, era feito o levantamento de alvarás judiciais e dos valores. Importante frisar que dessas quatro ações trabalhistas, três tinham o mesmo reclamado, que é o seu Rui Santiago Porto, e também era o mesmo inventariado da ação de Demerval Lobão”, contou o delegado.

Foto: Alef Leão/GP1Delegado Matheus Zanatta
Delegado Matheus Zanatta

No decorrer das investigações, a Polícia Civil do Piauí conseguiu identificar indícios de fraudes em outras cidades do interior do estado, com atuação do mesmo grupo criminoso.

“Continuando as investigações, descobrimos outros processos fraudulentos, um na comarca de São Pedro do Piauí e mais outro na comarca de Demerval Lobão, todos eles feitos pela mesma organização criminosa, uma organização que existia uma divisão de tarefas onde tinha advogados que protocolavam as ações, existia a figura do líder que tinha informação privilegiada, tinha também as pessoas que pegavam o dinheiro ilícito e lavavam esse dinheiro comprando carros de luxo, imóveis e investindo em pessoas jurídicas”, destacou.

Velho golpe

De acordo com o delegado Anchieta Nery, o golpe percebido pela Polícia Civil é bastante comum no Brasil e tem cada vez mais sido alvo de ações das polícias em todo o território nacional.

Foto: Alef Leão/GP1Delegado Anchieta Nery
Delegado Anchieta Nery

“Esse é um tipo de golpe que existe há anos no Brasil, o Poder Judiciário não tem condições técnicas de, imediatamente, identificar como falso um documento apresentado por uma pessoa certificada e que tem fé pública para isso como, por exemplo, um advogado. A maioria dos alvos são pessoas que falecem com um patrimônio milionário, mas essa organização criminosa, dessa vez, escolheu uma pessoa do Paraná, acreditando que essa pessoa não tinha herdeiros quando, na verdade, essa pessoa tinha família, que necessitava desses recursos, família diligente, assistida por um advogado, que conseguiu identificar esse crime e o Poder Judiciário acionou a Polícia Civil”, pontuou.

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