Relembre como aconteceu a chacina que marcou o Piauí

A chacina de São Miguel do Tapuio, crime que chocou a população do Piauí, completou nesta sexta-feira (30), exatamente um ano. Após esse tempo, o criminoso, continua preso na Casa de Custódia, aguardando julgamento. Sua sentença será alguns anos de prisão e depois ele terá a oportunidade de recomeçar a vida, longe da cadeia. Já as famílias das cinco vítimas de Chiê, ganharam uma sentença incontestável, para elas só restam às lembranças dos entes queridos.

Era uma tarde ensolarada de quinta-feira na comunidade Palmeira de Cima, zona rural de São Miguel do Tapuio. Clewilson Vieira, de 34 anos, avisou sua companheira que ia matar naquela tarde algumas pessoas da cidade. Maria Moreira do Nascimento não concordou e começou a discutir com o esposo. Ela acabou sendo a primeira vítima de Clewilson, o Chiê.
Ele seguiu seu trajeto, a próxima vítima, seria o líder comunitário da localidade. Chiê assassinou Juvêncio dos Reis da Silva, o líder comunitário e o seu neto Sidney Tavares Silva. O neto não estava nem marcado para morrer, mas por infelicidade, estava no local errado e no momento errado, na visão de Chiê.

A próxima vítima foi o comerciante Cláudio Barros de Oliveira, ele foi morto sem chance de defesa, dentro do seu estabelecimento. O alvo na verdade, era o irmão da vítima, mas Chiê o confundiu. Após mais uma morte, o assassino se dirigiu a uma escola, e lá cometeu seu último homicídio antes de fugir. Ele matou o professor Roberto Brito Bastos.
Após os cinco homicídios, o criminoso ainda tentou se esconder, mas deixou para trás um rastro de sangue que dificilmente será apagado na cidade de São Miguel do Tapuio. Junto com o sangue ficaram a dor e as lembranças de uma pacata localidade, que era desconhecida até então.

O que teria levado este homem a matar cinco pessoas de forma tão cruel e impiedosa? Maldade? Raiva? Ódio? A motivação do crime teria sido um abaixo assinado feito pela população desta comunidade. Eles queriam que o Chiê deixasse a cidade, pois ele estaria aliciando jovens para entrar no tráfico de drogas. O motivo, portanto seria, vingança.
Após uma semana tentando se esconder, Chiê foi preso. Por muitos dias e meses, seu nome foi lembrado. Mas depois de um tempo, como acontece com muitos outros crimes, a chacina foi sendo esquecida, não na comunidade onde ocorreram os crimes (lá jamais será esquecida), mas, no restante do Estado.
Após nove meses, o Chiê reapareceu na imprensa. No mês de julho deste ano, sua defesa alegou que ele matou as cinco pessoas em São Miguel do Tapuio porque teve um “surto”. Ele não sabia o que estava fazendo. Mas a refutação foi logo derrubada por um laudo médico. Exames comprovaram que Chiê estava consciente no dia em que assassinou as cinco vítimas.