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Vereadores de Teresina aprovam Plano Municipal de Educação sem "ideologia de gênero"

O Plano Municipal de Educação, que tem por base o Plano Nacional de Educação, foi produzido na Conferência Municipal de Educação e encaminhado à Câmara pela Prefeitura de Teresina.

Nesta quarta-feira (24), a Câmara Municipal de Teresina definiu, em segunda votação, as bases para a educação de Teresina nos próximos dez anos. O Plano Municipal de Educação, que tem por base o Plano Nacional de Educação, foi produzido na Conferência Municipal de Educação e encaminhado à Câmara pela Prefeitura de Teresina.
Imagem: Lucas Dias/GP1Votação Plano Municipal de Educação(Imagem:Lucas Dias/GP1)Votação do Plano Municipal de Educação
A sessão foi marcada pela presença de membros da igreja católica que pressionavam os vereadores a não aprovarem o ponto do Plano Municipal de Educação que trata do ensino da ideologia de gênero nas escolas, entre orações e cantigas religiosas o grupo protestava contra a inclusão do ponto no plano, fato que, segundo eles, fere a concepção de família descrita na Bíblia.
Imagem: Lucas Dias/GP1Votação Plano Municipal de Educação(Imagem:Lucas Dias/GP1)Votação do Plano Municipal de Educação
As vereadoras Cida Santiago e Teresa Britto foram à tribuna defender que o projeto não fosse aprovado tal como estava, já que segundo elas, feria gravemente a ideia de família proposta pela igreja.
Imagem: Lucas Dias/GP1Votação Plano Municipal de Educação(Imagem:Lucas Dias/GP1)Cida Santiago
O vereador Edilberto Borges, o Dudu, ressaltou que outros pontos do Plano são mais nocivos à educação teresinense como a não inclusão de pontos que incentivem a qualificação dos professores de Teresina, que, segundo ele, não têm a previsão no plano de os docentes receberem seus proventos de forma integral enquanto estiverem cursando pós-graduações, além do fato de o plano não prever eleições diretas para as direções das escolas.
Imagem: Lucas Dias/GP1Votação Plano Municipal de Educação(Imagem:Lucas Dias/GP1)Dudu
A sessão teve que ser interrompida para que alguns vereadores incluíssem emendas ao projeto original. Após a pausa, um grupo de vereadores encabeçados por Edvaldo Marques, Teresa Britto e Cida Santiago apresentou uma emenda modificando o projeto original da Prefeitura de Teresina e suprimiram alguns artigos do texto retirando a palavras “diversidade”, “gênero” e a sigla “LGBTTS”, além de modificar outros pontos do conteúdo do projeto.
Imagem: Lucas Dias/GP1Votação Plano Municipal de Educação(Imagem:Lucas Dias/GP1)Vereadores votam Plano Municipal de Educação
A proposta de emenda dos vereadores foi aprovada com apenas dois votos contrários, os das vereadoras Rosário Bezerra e Graça Amorim que defendeu seu voto contrário afirmando que a “realidade não deve ser jogada para debaixo do tapete”.

“O que foi suprimido aqui nos projetos de lei é uma realidade em nosso país e no mundo”, disse a vereadora Graça Amorim que foi bastante hostilizada pelos membros da igreja que estavam acompanhando a sessão.
Imagem: Lucas Dias/GP1Votação Plano Municipal de Educação(Imagem:Lucas Dias/GP1)Votação do Plano Municipal de Educação
O vereador Dudu também apresentou uma emenda ao projeto original pedindo a revisão de pontos que versam sobre a garantia de integralidade de rendimentos para aqueles professores que estiverem cursando pós-graduações, além de pedir que sejam realizadas eleições para diretores nas escolas municipais. No entanto, a Comissão de Constituição e Justiça, através do seu relator, o vereador Levino de Jesus, deu parecer contrario a tramitação da emenda, fato que acirrou as discussões na sessão e levou o vereador Dudu, revoltado com a decisão, a retirar da pauta sua emenda, mesmo após o relator da CCJ voltar atrás de sua posição.
Imagem: Lucas Dias/GP1Votação Plano Municipal de Educação(Imagem:Lucas Dias/GP1)Votação Plano Municipal de Educação
Marinalva Santana, coordenadora do Grupo Matizes, lamentou a decisão dos vereadores e afirmou ao GP1 que a mesma representa um retrocesso na educação democrática e na questão gênero. 
Imagem: Lucas Dias/GP1Votação Plano Municipal de Educação(Imagem:Lucas Dias/GP1)Marinalva Santana
“Isso é um retrocesso brutal. Nós estamos jogando na lata de lixo avanços que nós víamos acumulando na educação, de se nortear pelos princípios da gestão democrática, essa casa reprovou a eleição direta para diretor de escola, reprovou a questão da qualificação dos professores em nível de mestrado e doutorado e, numa obsessão que a gente não entende, retirou do texto sem critério algum as palavras diversidade e LGBT, então para a Câmara Municipal de Teresina está liberada a matança contra LGBTs, contra estudantes negros e negras e a violência de gênero”, disse. 
Imagem: Lucas Dias/GP1Votação Plano Municipal de Educação(Imagem:Lucas Dias/GP1)Votação do Plano Municipal de Educação
A ideologia de gêneros foi derrotada na Câmara dos Deputados e no Senado Federal e o Ministério da Educação enviou para os municípios a ideologia dos gêneros dentro do Plano Nacional da Educação.

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