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Política

Wilson Martins propõe a presidenta Dilma integração do São Francisco a rios piauienses

A interligação do São Francisco às bacias do semiárido piauiense integrará o Programa Nacional de Irrigação

 "A proposta do governador Wilson Martins, de interligar o rio São Francisco às bacias que cortam o semiárido piauiense será um dos principais pontos do lançamento do Programa Nacional de Irrigação, terça-feira, em Brasília. A ideia, antiga reivindicação da região, foi defendida pelo governador junto à presidente Dilma Rousseff na reunião da Sudene, sexta-feira, em Salvador.

Há uma crescente receptividade à proposta, que não gera problemas para o São Francisco e traz soluções importantes para o acesso à água no semiárido piauiense”, destacou Wilson. O governador lembrou que já há diversos estudos técnicos mostrando a plena viabilidade desse projeto.

A interligação seria a partir do Lago de Sobradinho, na Bahia, cortando a Serra de Dois Irmãos até o Açude Petrônio Portela, em São Raimundo Nonato. Do Petrônio Portela, a água seguiria por gravidade para vários reservatórios localizados em municípios do semiárido piauiense, como Bocaina, em Bocaina; Pedra Redonda, em Conceição do Canindé; Jenipapo, em São João do Piauí; e Piaus, em Patos.

“Com isso, poderíamos perenizar diversos rios da região, assegurando o abastecimento humano e animal, além de criar as condições para a irrigação e a piscicultura. Esta é uma solução que permitirá uma enorme transformação social e econômica no Sudeste piauiense”, observou Wilson Martins.

O governador disse que ficou contente com a receptividade à ideia, e que vai reforçar a reivindicação nesta terça-feira, em Brasília, quando a convite da presidente Dilma Rousseff, participa do lançamento do Programa Nacional de Irrigação. “Também nesta área, o Piauí é uma terra de oportunidades. Temos terras férteis. O que está faltando é água naquela região”, ressaltou, lembrando que as margens de rios como Itaim, Canindé e Piauí, poderão se transformar em grandes projetos de irrigação, como ocorre hoje em Petrolina.

Seca castiga 1,2 milhão em 189 municípios piauienses

A seca deste ano, considerada uma das mais graves de todos os tempos, castiga quase 1,2 milhão de piauienses. Os dados são do governo federal, a partir de levantamento sistemático feito através de órgãos da União e as secretarias ligadas ao governo do Estado. A extensão da seca é tão grande que alcança a grande maioria dos municípios do Estado, não se limitando ao semiárido, como historicamente acontece,

Ao todo, estão diretamente afetados pela dura estiagem 189 dos 224 municípios do estado, num total de 1.193.471 pessoas castigadas pelos efeitos da falta de chuva. “É um quadro que nos desafia todos os dias a assegurar ações de amparo dessas pessoas, além de seguir em frente com as medidas de caráter permanente, nos preparando para estiagens futuras”, afirma o governador Wilson Martins.

O Piauí foi o primeiro estado a se organizar para enfrentar os efeitos da seca, quando ainda em fevereiro criou um comitê especial com este propósito. Desde lá, uma série de providências vem sendo adotada pelo Governo do Estado em conjunto com o Governo Federal e municípios para amenizar o sofrimento das pessoas.

Uma das medidas mais efetivas foi a recuperação de 265 poços tubulares que estavam tamponados há vários anos. Agora equipados, esses poços estão atendendo a milhares piauienses. “Vamos fazer o mesmo em mais 140 até o final de dezembro, totalizando 405 poços”, assegurou o governador Wilson Martins. Essa ação se deu a partir do investimento de R$ 4,6 milhões, que se somam a mais R$ 1,2 milhão nesta nova fase do trabalho.

Wilson Martins afirmou ainda que além dos 405 poços que estarão em pleno funcionamento atendendo as famílias atingidas pela seca, serão perfurados mais 60 poços tubulares, com investimentos da ordem de R$ 2,7 milhões.

Vários municípios também estão sendo atendidos por carros pipas. São 220 carros pipas pelo Governo do Estado e 433 de responsabilidade do Exército, totalizando 653.

Dilma ouve queixas pela falta de milho, que agravou efeitos da seca no Nordeste

A reunião da Sudene na última sexta-feira, em Salvador, serviu de cenário para os governadores do Nordeste se queixarem à presidente Dilma Rousseff contra o desabastecimento de milho nos armazéns da Conab na região. A falta do produto agravou o efeitos da seca, especialmente porque causou a morte de parte considerável do rebanho nos estados, especialmente Bahia, Piauí e Pernambuco, os mais afetados pela estiagem.

Imagem: Bárbara Rodrigues/GP1Wilson Martins(Imagem:Bárbara Rodrigues/GP1)Wilson Martins

As queixas produziram resultados imediatos. “A presidente propôs um trabalho conjunto com os governadores, principalmente, viabilizando mais locais para a venda do produto”, disse o governador Wilson Martins. Todos os governadores foram unânimes em afirmar que os rebanhos bovinos, caprinos e ovinos estão sofrendo perdas irreparáveis, principalmente pelo investimento nos últimos anos em genética.

Os relatos sobre os efeitos negativos estão em todos os estados. “A Bacia Leiteira de Alagoas foi praticamente dizimada”, afirmou o vice-governador José Thomaz Nonô, que representou o governador Teotônio Vilela, lembrando que estão indo embora mais de vinte anos de investimento em genética.

Milho do Piauí

Durante seu pronunciamento na reunião da Sudene, o governador Wilson Martins sugeriu que, diante da situação dramática por que passam os agricultores em razão da seca, que a Conab adquirisse o milho produzido nos cerrados piauiense, que teria um frete mais barato. Mas reclamou que entraves burocráticos impediram que essa operação se materializasse.

Conforme Wilson Martins, o Governo do Estado do Piauí tomou a iniciativa de ampliar os locais de venda de milho pela Conab, alugando armazéns em vários municípios, como Paulistana, Oeiras e Corrente. “Se não tivéssemos feito isso, a situação estaria muito pior”, assinalou, lembrando que são grandes as perdas nos rebanhos, principalmente bovinos, caprinos e ovinos.

Wilson disse que ganha novo ânimo com a determinação da presidente Dilma para que seja solucionado de uma vez por toda a questão do milho, através de uma parceria com os governadores. Essa determinação será importante para superar os entraves burocráticos, permitindo que os produtores piauienses possam atender à Conab e esta a garantir o abastecimento no Piauí e outros estados da região.

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