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Colunista Brunno Suênio
GP1

Organização criminosa liderada por prefeita está prestes a ser desbaratada no Piauí

O signatário desta coluna teve acesso a pagamentos de propina de uma empresa aos gestores.

A Polícia Civil do Piauí está prestes a bater à porta de uma “Grande Família” responsável por uma organização criminosa, liderada pela prefeita de um conhecido município piauiense. O grupo, que é composto ainda pelo marido e filhos da gestora, tem dilapidado, desde o ano de 2017, os cofres do Município.

O signatário desta coluna teve acesso a um robusto relatório produzido pelo Laboratório de Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil do Piauí, que identificou repasses ilícitos feitos pelo dono de uma empresa de fachada, contratada pela prefeitura, diretamente ao cônjuge da gestora e a dois filhos do casal.

De posse de extratos bancários retirados da conta da empresa, mediante autorização judicial, a Polícia Civil teve acesso a transferências numerosas do empresário para um secretário ligado diretamente à chefe do executivo, a título de pagamento de cabeças de gado, compra de veículo e pasmem, até fatura de energia da casa da prefeita foi paga pela empresa, no valor de R$ 1.105,38.

A estrutura criminosa foi montada em cima da contratação de uma empresa para prestação de serviços de limpeza urbana e, para isso, a administração realizou uma licitação para inglês ver.

Embora a prefeitura tivesse contratado a empresa para fazer a coleta de lixo, a própria administração pública é quem cedia o caminhão para a prestação do serviço, pois a referida empresa não tinha um veículo sequer. As investigações apontaram que a empresa não possuía nenhuma capacidade técnica e continuava recebendo sucessivos recursos públicos sem nunca ter executado nenhuma cláusula do contrato.

Café pequeno!

Depois de descobrir que o cerco estava se fechando, a administração municipal resolveu produzir um estancamento da sangria produzida pela organização criminosa de forma bastante original. A prefeita então rescindiu o contrato “amigavelmente” com a empresa e desembolsou dos cofres da prefeitura a bagatela de R$ 103.000,00 (centro de três mil reais), para encher o bolso do empresário, como forma de compensação.

O extenso inquérito policial culminou com o indiciamento do proprietário da empresa nos crimes de corrupção majorada, organização criminosa majorada por participação de funcionário público e lavagem de dinheiro.

A prefeita, cônjuge e um dos filhos foram indiciados por corrupção passiva majorada, organização criminosa majorada com participação de funcionário público e lavagem de dinheiro. Apenas um dos filhos foi indiciado por lavagem de dinheiro.

O relatório final do inquérito foi remetido à Procuradoria Geral do Estado e agora está nas mãos do procurador Cleandro Moura oferecer denúncia à Justiça. Enquanto isso, a gestão continua de vento em polpa!

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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