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Professor denuncia irregularidades na Universidade Estadual do Piauí


(*) Wellington Lima Amorim

Gostaria primeiramente de frisar de que estas denúncias não têm motivação partidária e nem muito menos têm a pretensão de atacar a dignidade de cada um dos indivíduos envolvidos, mas procura REPUDIAR as decisões que foram tomadas no espaço público PELOS GESTORES DA UESPI.

É nesse sentido que eu, Wellington Lima Amorim, venho aqui solicitar que seja divulgado nas mídias sociais e nos meios de comunicação de massa a possível partidarização da Universidade Estadual do Piauí.

- Wellington Lima Amorim, Profº Drº em Ciências Humanas pela UFSC, Mestrado e Especialização em Filosofia pela Unisinos em São Leopoldo/RS e graduação na UFRJ, atualmente Profº Adjunto I DE pela Universidade Estadual do Piauí.

Assumi o cargo como professor efetivo, no último concurso para a UESPI em setembro do ano de 2009, para dar aulas no Campus da cidade de Bom Jesus, no Sul do Estado do Piauí.

Foi desolador a avaliação do Campus naquele momento. No cargo de direção estava a Profª. Maria Luiza, irmã do deputado Fábio Novo, presidente do PT no Estado do Piaui.

Não demorou muito para observar a maneira despótica em que a irmã do deputado petista exercia o cargo de Direção. A insatisfação do corpo discente era total com relação a gestão da Profª Maria Luiza.

A infra-estrutura do local é péssima. De 4 banheiros, três estão interditados e 1 funciona muito precariamente. Eu, Wellington Lima Amorim, denunciei a situação junto a Reitoria, na época Profª. Valéria Madeira, através de ofício protocolado, e que hoje se encontra nas mãos do Magnífico Reitor Carlos Alberto.

No período de 2009, eu solicitei que fosse feita uma reunião para conseguir a autorização do funcionamento de uma pesquisa em Desenvolvimeno Regional, Contingência e Técnica. No entanto, através da minha observação, tendo como testemunha o Professor Rubens Lacerda, também professor efetivo da instituição, identifiquei a resistência da Diretora em convocar a reunião, em que estiveram presentes os representantes do corpo discente, pois era do interesse destes alunos que tivéssemos bolsistas e monitores.

No entanto, os alunos aproveitaram a situação para se manifestar contra a Diretora Maria Luiza, e Coordenador do Curso de Direito, Profº Adriano, contra as suas atitudes. Deixei claro que observei a falta de compromisso dos professores que foram contratados como substitutos, pois a própria Diretora, que era substituta, não comparecia regularmente ao Campus. Neste momento, fui acusado de querer denegrir os professores substitutos.

E ainda, observei que a Profª. Maria Luiza, usava os funcionários do campus para trabalhar em sua fazenda, e em terras particulares, fato este documentado através de gravação com um dos funcionários na instituição. E que foi comunicado e entregue pessoalmente ao Reitor Carlos Alberto, no dia 12 de Março de 2010, ou seja, usando recursos humanos em favor de proveito pessoal.

Neste período de 2009 a 2010, eu, Wellington Lima Amorim e Rubens Lacerda Loiola, por várias vezes fomos assediados moralmente e psicologicamente, com as seguintes palavras: "Fiquem quietos, vocês estão em estágio probatório, e se continuarem a querer interferir nos assuntos da Universidade poderão se prejudicar, porque aqui tem chefe"!!!!

Diante de tudo, dos ataques pessoais a minha dignidade enquanto pessoa humana, queremos deixar claro que me sinto danificado, moralmente, psicologicamente e sofrendo assédio moral. Podendo recorrer a Justiça e buscar indenização pecuniária para se reparar o dano, cabendo um processo pessoal contra a instituição e contra os gestores Profª. Maria Luiza e Profº Carlos Alberto, mas ainda não decidi o que fazer a esse respeito.

No final do ano de 2009, a ex-reitora, Profª. Valéria Madeira, tomando conhecimento dos fatos através do documento que foi protocolado no dia 4 de dezembro de 2009, exonerou os cargos de direção e coordenação e nomeou os professores efetivos, Wellington Lima Amorim e Rubens Lacerda Loiola, que tinham assumido os cargos no último concurso para os referidos cargos administrativos, Direção e Coordenação de Letras e Pedagogia, respectivamente. No entanto, a ameaça terrorista de um golpe patrocinado pelos petralhas (usando uma palavra do Jornalista Reinaldo Azevedo) continuou.

Foi neste clima que assumi humildemente o cargo, e iniciei um trabalho que estava dando resultados, com a parceria de empresas privadas da região para o desenvolvimento do Campus. Mesmo sem internet, sem correio interno, sem computadores, com um corpo administrativo minúsculo consegui grandes progressos tendo a iniciativa privada e a ajuda dos poucos funcionários a começarem lançar as bases de um Campus digno de uma Universidade Pública.

No entanto, fui advertido por pessoas da Administração Superior da UESPI, de que poderia haver uma intervenção política no Campus, e que não era para me surpreender caso eu fosse exonerado do cargo.

No dia 5 de Março de 2010, recebi a notificação de que o Magnífico Reitor, Profº Carlos Alberto, filiado ao PT, me exonerou do cargo, nomeando interinamente a Profª. Maria Luiza, irmã do deputado Fábio Novo, presidente do PT no Estado do Piaui.

A minha interpretação é clara, está ocorrendo uma possível partidarização na UESPI. Isto não pode ser admitido. Existem dois tipos de crime no Código Penal Brasileiro: a) Crime por ação b) Crime por omissão. Não sou omisso como os intelectuais da USP, e não posso aceitar tal situação.

Atualmente a Profª. Maria Luiza, não é mais funcionária da instituição, e mesmo sabendo que a Reitoria tem o poder de nomear e exonerar os cargos de Direção em qualquer tempo, o Reitor tem que respeitar o Estatuto Universitário, que afirma o seguinte:

"a designação para a função de direção, assessoramento e chefia intermediários, de competência dos dirigentes de órgãos e entidades administrativas, recairá, exclusivamente, em servidor de carreira ou de cargo isolado de provimento efetivo".

A PROFESSORA MARIA LUIZA NÃO É FUNCIONÁRIA DE CARREIRA, NÃO É PROFESSORA EFETIVA DA INSTITUIÇÃO, ERA PROFESSORA SUBSTITUTA COM O CONTRATO RESCINDIDO NO INÍCIO DESTE ANO/2010.

Estes acontecimentos demonstram uma decisão unilateral, imoral, que não respeita o Estatuto Universitário, afetando minha dignidade moral, como disse anteriormente. Estou no momento esperando um retorno do Magnífico Reitor. Que garantiu publicamente diante de Advogados e membros do Sindicato do ANDES, de que ela será exonerada. Minhas exigências são que o Reitor exonere imediatamente a Profª. Maria Luiza do cargo de Direção, e nomei um professor de Carreira para tal função.

Caso isso não ocorra irei pedir minha demissão ainda este semestre, e procurarei as reparações dos danos perante a justiça.

Infelizmente conheço um período histórico em que ocorreram as coisas desta forma, que foi o período nazi-fascista, ideologizando e colocando pessoas ligadas ao partido nazista nas universidades alemãs. Confio de que esta possibilidade não está ocorrendo na UESPI.

Mas com certeza, estas atitudes e decisões da Reitoria geram insegurança, medo e podem ser interpretadas como puro autoritarismo. Não existe outras palavras para exemplificar.

Sei que vocês devem pensar: porque dar atenção a um caso como esse, de um professor desconhecido, em algum canto do cerrado brasileiro?

Por isso, peço que não encaminhem seus pensamentos desta maneira, solicito que DIVULGUEM ESTA DENÚNCIA com toda seriedade e se possível nas mídias sociais, listas de e-mails e nos meios de comunicação de massa.

Existem pessoas aqui comprometidas com a responsabilidade e com a ética, que buscam proteger o espaço público, de qualquer golpe que possa retirar da Universidade sua autonomia e transformando o espaço público em privado.
Segue em anexo, a gravação feita em celular da reunião que tive com o Reitor, sobre tal situação.

(*) Wellington Lima Amorim é Professor Doutor da Uespi

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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