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*Arthur Teixeira Junior

Imagem: DivulgaçãoClique para ampliarArthur Teixeira Junior(Imagem:Divulgação)Arthur Teixeira Junior
A pedidos, vamos mudar de assunto. E de estilo.

Ingênuo quem acredita que Bin Laden foi morto na operação militar do último domingo.
O objetivo dos EUA era matar Bin Laden? Certamente que não. Bin Laden não vale nada morto. Mas vale muito contando o que sabe. Se quisessem matá-lo, não arriscariam a vida de 60 a 70 soldados para esta operação. E seis helicópteros de última geração. Teriam bombardeado a casa com mísseis disparados de longa distância ou por aviões não tripulados. A alegação que este bombardeio poderia provocar muitas vítimas civis não tem o menor sentido. Em primeiro lugar, os americanos pouco se lixam com vítimas civis muçulmanas ou de qualquer outra etnia minoritária. Em segundo lugar, o local do esconderijo do terrorista não era densamente povoado a não havia vizinhos “de muro”; era uma região de pouco tráfego. Finalmente, as forças americanas possuem mísseis teleguiados que seriam capazes até de entrar pela janela do bunker, a qualquer hora do dia ou da noite.

Então, o que houve realmente? Custa crer que os Seals, uma das unidades militares mais bem treinadas e equipadas do mundo, não tenham sido capazes de fazer prisioneiro um franzino paciente renal crônico. Possuíam certamente armas não letais para imobilizar um batalhão inteiro sem derramar uma gota de sangue: bombas de gás, de luz, paralisantes, sonoras, armas elétricas, enfim, extenso equipamento. Será que um soldado sentiu coceira no dedo e disparou um único tiro certeiro no rosto do terrorista? Duvido.

Apesar do efeito surpresa, deveriam haver guardas armados que ofereceram alguma resistência, tanto que derrubaram um helicóptero. Não era um filme de Hollywood, portanto houve baixas dos dois lados. Houve muito mais vítimas, mortos e feridos, removidos da cena para minimizar as repercussões. Não deixariam corpos de americanos por lá.

Se houve um erro na operação, e mataram quem foram capturar (ou ele se matou ou foi morto por um guarda costa), não deixariam seu corpo lá para ser enterrado como mártir, mas também nunca o jogariam no mar tão rapidamente. Seria uma decisão muito difícil de ser tomada em tão pouco tempo. Levariam seu corpo para território americano, mas não poderiam dizer isso pois as conseqüências seriam as mesmas de levá-lo vivo.

Não mostram a foto do terrorista morto, alegando motivos humanitários. Não é um comportamento típico dos norteamericanos, basta lembrar a extensa exposição a que foi submetido Sadan Hussein.

Assim sendo, concluo: o objetivo dos americanos era capturar com vida Bin Laden, a fim de interrogá-lo (usando seus convincentes métodos). Não faltariam informações a serem colhidas. O que foi provavelmente alcançado. Só que é o tipo de informação que não pode ser dada, pois desencadearia uma série de ataques e seqüestros, cobrando como resgate a liberdade do líder terrorista.

Estamos sIm diante de uma grande peça teatral, da qual do enredo só sabemos uma pequena parte...

*Arthur Teixeira Junior é articulista e escreve para o GP1

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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