O ex-diretor de Serviços da Petrobras , Renato Duque , foi condenado a 29 anos e dois meses de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro relacionados a fraudes em contratos que somam R$ 525 milhões com a estatal. A sentença foi proferida pela 13ª Vara Federal de Curitiba, com base em processos movidos pelo Ministério Público Federal (MPF).

Também foi condenado o empresário Luis Alfeu Alves de Mendonça, ex-diretor da Multitek Engenharia, que recebeu pena de 11 anos, seis meses e 22 dias de prisão. Ele foi acusado de pagar mais de R$ 5,6 milhões em propina a Duque, em troca de favorecimento em contratos e aditivos firmados com a Petrobras entre 2011 e 2012, durante o governo da então presidente Dilma Rousseff (PT).

Foto: Reprodução/Redes Sociais
Ex-diretor da Petrobras, Renato Duque
Ex-diretor da Petrobras, Renato Duque

Esquema de favorecimento à Multitek

A denúncia, apresentada em julho de 2020, revelou um esquema de favorecimento à empresa Multitek em licitações e contratos com a Petrobras. Os pagamentos ilegais eram feitos para influenciar decisões dentro da estatal.

Segundo o MPF, os envolvidos dissimularam a origem dos recursos ilícitos por meio de contratos ideologicamente falsos, aquisição de obras de arte e financiamento de reformas imobiliárias.

Após acordo de colaboração com o MPF, irmãos proprietários de uma empresa envolvida no esquema detalharam as operações criminosas. Renato Duque, já condenado em diversos processos da Operação Lava Jato, foi preso novamente em agosto de 2024 pela Polícia Federal em Volta Redonda (RJ).

Ele havia cumprido cerca de cinco anos de prisão preventiva entre 2015 e 2020, antes de passar a responder aos processos em liberdade. Com a nova condenação, as penas acumuladas de Duque já ultrapassam 68 anos de prisão.

A pedido do MPF, a Justiça determinou o confisco de bens dos réus, incluindo uma escultura e R$ 3,4 milhões — valores correspondentes aos montantes lavados por meio das atividades criminosas.