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Mulher que matou piauienses em ciclofaixa é libertada em SP

Os operários pintavam uma ciclofaixa em São Paulo quando foram atropelados por uma mulher embriagada. Juliana pagou fiança de 15 mil reais e responderá em liberdade.

Depois de atropelar e matar dois homens que pintavam uma ciclofaixa na Zona Norte de São Paulo no último domingo (18), Juliana Cristina da Silva, de 28 anos, foi liberada do 89º DP após pagar fiança de 15 mil reais na tarde desta terça-feira (20). Juliana vai responder o processo em liberdade.

A decisão que permitirá à motorista responder o processo em liberdade foi do juiz Paulo de Abreu Lorenzino, do Departamento de Inquéritos Policiais. A fiança foi estipulada em 20 salários mínimos.
Imagem: Luiz Cláudio Barbosa/EstadãoMulher que matou piauienses em ciclofaixa é libertada em SP(Imagem: Luiz Cláudio Barbosa/Estadão)Mulher que matou piauienses em ciclofaixa é libertada em SP

Além da fiança, Juliana entregou a carteira de motorista e deverá comparecer ao Fórum da Barra Funda a cada dois meses. Não poderá também se ausentar da cidade sem que a justiça seja avisada.

Acidente

O acidente aconteceu na madrugada de domingo (18), enquanto José Airton e Raimundo Barbosa pintavam uma ciclofaixa em Santana, na Zona Norte. Com o atropelamento, José morreu na hora e Raimundo foi levado à Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos.

A motorista se evadiu do local, mas foi parada por testemunhas após percorrer quase 3 km e foi levada ao 73º DP.

Embriaguez

Na ocasião, Juliana foi submetida ao exame de etilometria, que contatou 0,85 miligrama por litro de ar – quase três vezes mais que o limite para se configurar o crime de embriaguez ao volante, que é de 0,34 mg/l.

Crimes

A motorista foi autuada em flagrante por homicídio culposo, lesão corporal e fuga sem prestar socorro. Após a morte da segunda vítima, um novo boletim de ocorrência foi registrado.

Vítimas eram piauienses


Os dois operários de uma empresa terceirizada que prestavam serviço para a CET eram piauienses.
Imagem: ReproduçãoJosé Airton de Andrade e Raimundo Barbosa dos Santos morreram após serem atropelados quando pintavam a ciclovia(Imagem:Reprodução)José Airton de Andrade e Raimundo Barbosa dos Santos morreram após serem atropelados quando pintavam a ciclovia

Raimundo Barbosa dos Santos, de 38 anos, morava em São Paulo há 19 anos. Vivia em Brasilândia, na Zona Norte, com a mulher e quatro filhos.

“Tudo de um pai bom, maravilhoso, ele é. E foi acontecer essa tragédia hoje de madrugada, com essa bêbada. Acabou com a minha vida e com os meus filhos”, disse a viúva de Raimundo, Silia Cavalcante.
José Airton tinha dois filhos e morava em Francisco Morato, na Grande São Paulo. Um vizinho mostrou indignação com o caso. “Eu quero que esta pessoa seja punida no rigor da lei para isso não voltar a acontecer com outros pais de famílias”, disse Carlos Eduardo Cajaraville.

Famílias das vítimas


Manoel Ferreira da Silva, primo de Raimundo, resolveu passar na delegacia para ver o rosto da mulher que matou e atropelou seu primo. “Eu vim só para ver o rosto dela. A justiça quem dá é Deus”, disse.

Manoel disse ainda discordar da decisão da justiça para que Juliana responda em liberdade. “Esses 15 mil reais vão pra quê? Não resolve nada”, desabafa.

A viúva de Raimundo reclama a falta de apoio da família de Juliana, que ainda não entrou em contato para oferecer algum tipo de ajuda. “Nem pra deixar um pacote de fraldas, uma caixa de leite, nada. Nem pra dizer: ‘quer um real?’”, disse.

A viúva diz que a empresa na qual o marido trabalhava lhe ofereceu ajuda e pretende voltar para o Piauí “assim que a justiça foi feita”.

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