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Marqueteira diz que caixa 2 pagou até R$ 10 milhões para Lula

A publicitária Mônica Moura e o marqueteiro João Santana são donos da empresa Pólis Propaganda e Marketing Ltda.

A publicitária Mônica Moura, mulher do marqueteiro João Santana, afirmou que pagou até R$ 10 milhões para a campanha de reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2006 por meio de caixa 2, informou O Globo.

A declaração teria ocorrido em depoimento ao juiz Sergio Moro. A publicitária Mônica Moura e o marqueteiro João Santana são donos da empresa Pólis Propaganda e Marketing Ltda. Eles firmaram acordo de delação premiada com o juiz. No depoimento ela afirmou que a campanha de reeleição de Lula custou cerca de R$ 18 milhões, e apenas R$ 8 milhões foram pagos de forma regular, os demais R$ 10 milhões foram por meio de caixa 2. Ela destacou que a forma de pagamento foi definida com o Partido dos Trabalhadores (PT).

  • Foto: Felipe Rau/Estadão ConteúdoJoão Santana e sua esposa, Mônica MouraJoão Santana e sua esposa, Mônica Moura

“A decisão era absolutamente deles (PT), de receber por caixa 2. Para mim, (pagamento oficial) era menos risco, mais tranquilo, não tinha que carregar mala de dinheiro para lugar nenhum”, afirmou Mônica.

Mônica Moura ressaltou que todos os partidos praticam caixa 2, mas admitiu que, a partir de 2006, trabalhou apenas nas campanhas envolvendo petistas. Antonio Palocci foi citado como o negociador dos contratos, assim como João Vaccari.

Já João Santana afirmou que teve conversas com Lula sobre dívidas não pagas pelo petista. “Quando o Palocci (ex-ministro da Fazenda) falhava, eu tratava com o ex-presidente. Falei duas ou três vezes, num intervalo do primeiro para o segundo turno (da campanha de 2006). Mas diretamente não. Eu deduzia que ele (Lula) sabia”, disse Santana.

  • Foto: Rafael Arbex/Estadão ConteúdoEx-presidente LulaEx-presidente Lula

“Eu sabia por duas razões. Primeiro porque eu não conheci nenhum candidato que não soubesse detalhes da administração financeira de sua campanha. Segundo porque os pagamentos oficiais sempre tiveram margem pequena de atraso. Quando se tratava de atrasos e de valores que ficavam para depois da campanha estava implícito que era caixa 2”, destacou o marqueteiro Santana.

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