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Investigação revela divisão interna e crise sem precedentes no PCC

A divisão interna culminou com a expulsão e a “pena de morte” de três líderes da facção criminosa.

O Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores organizações criminosas do Brasil, está enfrentando a pior crise interna em seus 30 anos de existência, segundo o promotor de Justiça Lincoln Gakiya. A divisão interna culminou com a expulsão e a “pena de morte” de três líderes da facção, anunciada pela “sintonia final” do grupo, após um rompimento com Marco Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, apontado como o líder máximo do PCC.

A crise teve início em 2012, na Penitenciária 2 (P2) de Presidente Venceslau, no interior paulista, quando o criminoso Marcos Paulo Nunes da Silva, conhecido como Baianinho Vietnã, foi acusado de tomar um ponto de venda de drogas e de ter mandado matar o dono dela sem a autorização do grupo. Baianinho Vietnã foi julgado pela cúpula do PCC, sendo excluído da facção e tendo sua morte decretada.

Foto: Marcelo Cardoso/GP1PCC
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Em 2018, uma nova crise interna se instalou quando dois membros, conhecidos como Gegê do Mangue e Paca, foram assassinados a tiros em Fortaleza, no Ceará. A execução foi a mando de Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, considerado braço direito de Marcola. A cúpula do PCC se revoltou com o assassinato, desencadeando um conflito sangrento.

Fuminho foi perdoado por Marcola, o que revoltou importantes lideranças do grupo criminoso. Um deles, conhecido como Cego, foi afastado por não concordar com a decisão do líder, nem com o assassinato de outro membro, o Biroska. Biroska, que estava preso na P2, teria pedido investigação sobre a informação de que a mulher de Marcola, Ana Maria Olivatto, morta em 2002, era informante do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). O traficante foi morto dois meses depois na quadra do banho de sol.

Desde então, vários outros conflitos foram desencadeados por desavenças, incluindo assassinatos e tentativas frustradas de resgate de Marcola e outros presos. Em 2019, Marcola e outros 21 líderes do PCC foram transferidos para presídios federais a pedido de Gakiya, depois que ele descobriu um plano de resgate dos traficantes.

Outros bandidos do grupo, como Tiriça, Vida Loka e Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, já haviam sido removidos havia mais tempo. A investigação do PCC por Gakiya, que faz parte do Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), continua em andamento.

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