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Capitão está entre os PMs acusados de vender armas para facções na Bahia

Segundo o delegado Rodrigo Motta, as armas eram vendidas em um esquema milionário.

A Polícia Federal da Bahia deflagrou a "Operação Fogo Amigo" nessa terça-feira (21), e prendeu 19 pessoas, entre elas, 10 policiais militares, incluindo um capitão, que é suspeito de apreender armamentos durante abordagens e repassá-los para facções criminosas.

Segundo o delegado Rodrigo Motta, as armas eram vendidas em um esquema milionário, que envolvia a participação de policiais militares da Bahia e Pernambuco, comerciantes, CACs e tinha participação de laranjas. "Armas que, teoricamente, eram para serem apreendidas e levadas para alguma delegacia, não eram apresentadas. Essas armas eram vendidas para facções criminosas", explicou o delegado regional da PF-BA, Rodrigo Motta.

Foto: Divulgação/PF-BAOperação Fogo Amigo
Operação Fogo Amigo

Como funcionava o esquema

Os investigados pegavam uma pessoa sem instrução, geralmente da zona rural, sem antecedentes criminais, para tirar o Certificado de Registro do Exército (CR) ou posse rural na Polícia Federal e pagavam todo o trâmite para o laranja ter acesso ao certificado.


Após os trâmites, o laranja registrava um Boletim de Ocorrência de furto e dava a arma como extraviada, para que não fosse conectado ao comprador final. Caso não fosse feito esse procedimento, o número de série era raspado ou refeito.

Sargento movimentou R$ 2,1 milhões

Conforme as investigações da Polícia Federal, dentre os alvos está um sargento da Polícia Militar de Petrolina (PE). De acordo com o Conselho de Controle de Atividades (Coaf), ele movimentou cerca de R$ 2,1 milhões em um período de pouco mais de seis meses, entre 2021 e 2023.

As investigações consideraram esse valor totalmente incompatível com seus rendimentos como sargento da Polícia Militar.

Delação premiada

Segundo um dos investigados, que firmou um acordo de delação premiada, o grupo liderado por este sargento da PM vendia aproximadamente 20 armas de fogo por mês.

O sargento é identificado como o principal fornecedor de armas e munições do esquema. Ele enviou 36 caixas contendo mil munições para um dos compradores, o que resulta em uma média de 2.250 munições por mês.

Capitão da PM-BA também foi preso

Entre os presos em Salvador está, ainda, um capitão da Polícia Militar da Bahia (PM-BA), identificado como Mauro das Neves Grunfeld. Ele foi subcomandante da 41ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM), unidade responsável pela região do Garcia e Federação. Segundo a PF, ele as investigações apontaram que ele vendia 10 mil munições ilegais por mês.

Números de apreensões

Durante a fase ostensiva da operação foram apreendidas ao menos 20 armas de fogo (a maioria pistolas 9 mm) e milhares de munições, de todos os tipos, incluindo de fuzil, dezenas de celulares e computadores.

As ações contaram com o apoio das polícias Militar da Bahia e de Pernambuco, além do Exército Brasileiro.

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