A Operação Mata Atlântica em Pé de 2024 já aplicou mais de R$ 16 milhões em oito municípios do Ceará em apenas 5 dias. Proprietários de terras responsáveis por cometer esses crimes ambientais irão ser penalizados e podem enfrentar processos legais, tanto civis quanto criminais, além de receber penalidades administrativas relacionadas às suas propriedades rurais.
Coordenada pelo Ministério Público de Minas Gerais e executada por unidades do MP em 17 estados da federação, a operação fiscalizou 17.124 hectares com eliminação ilegal de vegetação no país. Apenas no Ceará, 45 áreas de desmatamento foram registradas. A operação utilizou tecnologias como o MapBiomas para monitoramento e registrou esse ano seu maior valor de multas aplicadas.
A Operação Mata Atlântica em Pé foi lançada em 2016 pelo Ministério Público do Paraná para combater o desmatamento e promover a recuperação de áreas degradadas. Depois de duas edições estaduais, a iniciativa se tornou nacional, com a participação de MPs de 17 estados onde ainda existe a presença da Mata Atlântica. Em setembro, fiscalizações são realizadas em áreas com indícios de desmatamento ilegal para punir infratores e incentivar a restauração das florestas.
De acordo com o Atlas da Mata Atlântica e o Sad Mata Atlântica, o desmatamento na floresta caiu de 20.075 hectares em 2022 para 14.697 em 2023. Porém, um estudo publicado na revista Science aponta que 82% das mais de 2 mil espécies de árvores exclusivas da mata atlântica sofrem algum grau de ameaça de extinção. A Mata Atlântica é a floresta mais devastada do Brasil, restando apenas 12% da floresta que existia originalmente e segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INEPI) 80% estão em áreas privadas.
A operação contou com a participação do Ministério Público do Estado do Ceará, da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), do Batalhão de Polícia de Meio Ambiente (BPMA) e da Superintendência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Ver todos os comentários | 0 |