O crédito bancário deve crescer 7,7% em 2023, segundo o Banco Central (BC). A projeção é um pouco maior que a anterior, de 7,6%, mas ainda mostra uma desaceleração do crédito, em linha com o aumento da taxa Selic, os juros básicos da economia.

A taxa Selic está em 13,75% ao ano desde agosto de 2022, o maior patamar desde janeiro de 2017. O BC usa a Selic para controlar a inflação, que caiu nos últimos meses. Juros mais altos reduzem a demanda por crédito e estimulam a poupança, diminuindo a pressão sobre os preços.

A alta da Selic também tem efeitos negativos na economia, como o encarecimento do crédito e a desaceleração da atividade produtiva. O BC leva em conta esses fatores ao definir a Selic no Comitê de Política Monetária (Copom), que enfrenta pressões de parte do governo para baixar os juros.

A projeção do BC para o crédito bancário considera os novos dados do mercado e o cenário macroeconômico futuro. O BC observou que os empréstimos às famílias aumentaram mais que o esperado, principalmente no segmento direcionado, que inclui financiamentos imobiliários e rurais.

Já os financiamentos às empresas diminuíram mais que o previsto, especialmente no segmento livre, que tem taxas de mercado. O BC disse que esse comportamento reflete a menor demanda por crédito das empresas, diante da baixa atividade econômica e da maior cautela dos bancos.