Fechar
GP1

Economia e Negócios

Carrefour compra 30 lojas do Makro fora de São Paulo por quase R$ 2 bilhões

Rede holandesa vai se concentrar apenas no Estado de São Paulo, mantendo 24 lojas; empresa ainda negocia mais 14 unidades com outras redes de varejo.

O Makro anunciou neste domingo, 16, a venda de 30 de suas lojas para o Carrefour, por R$ 1,95 bilhão. A companhia, de propriedade do grupo holandês SHV, não vai, no entanto, sair do País. O objetivo, segundo Roger Laughlin, presidente do Makro, é focar as operações da marca em São Paulo, mantendo 24 pontos de venda no Estado. O Carrefour vai transformar as 30 lojas que adquiriu do Makro em unidades do Atacadão, conforme adiantou o Estadão no último dia 6.

Com esse negócio, a gigante francesa do setor de supermercados ganha uma escala ainda maior na operação de atacarejo com a bandeira Atacadão e ganha o equivalente a um ano e meio de faturamento numa tacada só, segundo o presidente do Grupo Carrefour, Noel Prioux. A negociação, que vai permitir maior atuação da rede no Rio de Janeiro e nos Estados do Nordeste, envolveu a compra de 22 imóveis e 8 lojas alugadas, além de 14 postos de combustível.

"Essa transação é o movimento mais importante para o Grupo Carrefour no Brasil desde a compra do Atacadão em 2007", afirmou Alexandre Bompard, presidente do Conselho de Administração e CEO do grupo.

A rede mantém o plano de investir R$ 2 bilhões este ano, incluindo a abertura de 20 lojas da bandeira Atacadão. A compra das lojas do Makro será alvo de captação extra no mercado na época em que for quitada a compra, após a aprovação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

As unidades adquiridas devem ser convertidas em Atacadão em até 12 meses. Dos R$ 62 bilhões que o Carreforu faturou no ano passado, R$ 42 bilhões vieram dessa bandeira. O faturamento nesse segmento deve crescer R$ 2,8 bilhões com o novo investimento e o grupo vai aumentar de 187 para 217 as lojas Atacadão.

Com a venda das 30 unidades para o Carrefour - todas fora de São Paulo -, o total de unidades do Makro cai para 38. Laughlin afirmou ao Estadão que a companhia ainda negocia a venda de mais 14 unidades para outras redes de varejo. Com o dinheiro do negócio, o Makro pretende modernizar as lojas de São Paulo, especialmente no que diz respeito à oferta de perecíveis. “É um novo negócio, praticamente um modelo de atacarejo”, disse o executivo. “Temos massa crítica em São Paulo, e um bom market share (participação de mercado) relativo. Por isso vamos focar as nossas operações aqui.”

Junto com a transformação das 24 lojas que continuarão com a marca Makro, a SHV pretende também acelerar a estratégia de atendimento personalizado ao mercado de alimentação fora do lar, o chamado food service. Além disso, a companhia diz que poderá abrir lojas menores, de cerca de um quarto do tamanho atual, cuja média é de 8 mil metros quadrados.

Das 30 unidades vendidas ao Carrefour, 22 eram de propriedade do Makro, enquanto 8 eram alugadas. Segundo Laughlin, houve negociação com a rede francesa para que ao menos parte dos funcionários seja aproveitada na mudança para a bandeira Atacadão.

Além de estar presente no Brasil, o grupo SHV tem operações com a bandeira Makro na Argentina, no Peru, na Colômbia e na Venezuela. Nesses países, de acordo com o presidente do Makro, a participação de mercado da marca é mais relevante do que no Brasil. Apesar de ainda estar presente na região, a SHV se desfez da operação na Europa há mais de 20 anos. Hoje, a marca é administrada pela rede alemã Metro no continente.

Com faturamento de cerca de R$ 7 bilhões, o Makro vinha organizando sua operação há alguns anos para uma venda total ou parcial. A companhia fechou lojas nos últimos anos e também modificou sua operação, antes voltada apenas a atacadistas, para aceitar cartões de crédito e débito, atendendo ao público geral.

Mais conteúdo sobre:

Ver todos os comentários   | 0 |

Facebook
 
© 2007-2024 GP1 - Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do GP1.