O pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, chamou o deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ), seu virtual adversário e hoje um dos líderes nas pesquisas de intenção de voto, de "tresloucado" e "despreparado". Em sua fala, também disse, nesta quarta-feira (06), que Bolsonaro é um "câncer" que deve ser "extirpado" da política nacional. Ciro criticava o fato de seu oponente não ter defendido tributação sobre lucro de grandes empresas e de pessoas de alta renda.
"Os democratas têm obrigação de extirpar esse câncer enquanto ele ainda tem condição de ser extirpado", afirmou Ciro. O pedetista afirmou que defende uma reforma tributária para cobrir os gastos públicos crescentes. Ele pregou ainda a tributação progressiva sobre renda e herança e afirmou que, se eleito, vai propor a redução de impostos para classe média e classe trabalhadora e impostos sobre distribuição de lucros e dividendos.
- Foto: Lucas Dias/GP1Ciro Gomes e Bolsonaro
"Como Bolsonaro vai fazer? De onde virá o dinheiro para resolver os buracos? Pega um tresloucado desses, um boçal despreparado, e desorienta do debate." Em outro momento, o pedetista perguntou quais tinham sido as propostas de Bolsonaro para a reforma da Previdência e disse que iria procurar no YouTube o vídeo com a participação do parlamentar.
O pré-candidato do PSL e capitão da reserva do Exército participou pouco antes de Ciro de sabatina promovida pelo jornal Correio Braziliense e pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil.
O ex-ministro da Fazenda, por sua vez, afirmou que o atual sistema previdenciário nacional é irreformável e disse que estuda propostas viáveis que tenham como base um salário mínimo para todos os trabalhadores como transição e que facilitem a capitalização.
Ele afirmou que as corporações públicas travam a extinção dos privilégios nas propostas de reforma da Previdência. Ele chamou de selvageria o último texto proposto pelo governo Michel Temer: "Não é reforma coisa nenhuma. Com toda essa selvageria, economizaria R$ 362 bilhões em dez anos, e o déficit nesse ano foi de R$ 180 bilhões".
Ciro defendeu que o presidente eleito deve propor reformas na primeira hora e sugeriu a convocação de plebiscitos e referendos para que o povo vote propostas que não andem no Congresso.
Ao falar sobre os ataques ordenados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) em capitais, Ciro disse que o "terror virou a linguagem das facções criminosas" e que o comando das ações está em presídios de São Paulo impune.
"Temos que criar um sistema nacional de segurança hierarquizado com inteligência", afirmou. O ex-governador do Ceará disse que as polícias já mapearam as cadeias do crime e que hoje o narcotráfico é financiado pela burguesia brasileira e estrangeira.
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