Neste Domingo de Páscoa (20), o papa Francisco apareceu em público na Praça de São Pedro, no Vaticano, para abençoar os fiéis e renovar a mensagem de esperança cristã diante de uma multidão reunida para celebrar a ressurreição de Cristo. Em sua tradicional mensagem pascal, o pontífice fez um apelo contundente aos líderes mundiais, pedindo que resistam à “lógica do medo” e priorizem ações humanitárias.
“Cristo ressuscitou! Neste anúncio encerra-se todo o sentido da nossa existência, que não foi feita para a morte, mas para a vida. A Páscoa é a festa da vida! Deus criou-nos para a vida e quer que a humanidade ressurja!”, declarou o papa.
Francisco alertou para o descaso com vidas humanas em diversos contextos sociais, destacando que todas são preciosas aos olhos de Deus — da criança no ventre materno ao idoso ou doente, frequentemente negligenciados em diversas nações. O líder da Igreja Católica também cobrou dos governantes ações concretas no combate à fome e em prol do desenvolvimento dos povos mais vulneráveis.
“Peço aos responsáveis políticos que não cedam à lógica do medo, mas usem os recursos disponíveis para ajudar os necessitados, combater a fome e promover iniciativas que favoreçam o desenvolvimento”, disse.
Clamor pela paz e desarmamento
Durante o discurso, Francisco reforçou seu apelo pela paz global e a necessidade urgente de desarmamento, em meio a um cenário internacional marcado por tensões e conflitos armados. “Não é possível haver paz sem um verdadeiro desarmamento! A necessidade que cada povo sente de garantir a sua própria defesa não pode transformar-se numa corrida generalizada ao armamento”, pontuou o pontífice.
O papa estava acompanhado pelo cardeal-protodiácono Dominique Mamberti e pelo presidente da Pontifícia Comissão para o Estado da Cidade do Vaticano, cardeal Fernando Vérgez Alzaga.
Saúde fragilizada e retomada gradual
Mesmo sob orientação médica para repouso após uma longa internação de 38 dias devido a uma pneumonia que atingiu os dois pulmões, o papa Francisco tem mantido sua presença em alguns eventos religiosos. Na noite do Sábado de Aleluia (19), ele apareceu na Basílica de São Pedro em uma cadeira de rodas, onde cumprimentou fiéis e realizou orações.
Por recomendação da equipe médica, o pontífice deve manter um regime de repouso por pelo menos dois meses, evitando compromissos públicos e contato direto com o público, a fim de prevenir recaídas. Na Sexta-Feira Santa, ele não participou da Via-Sacra no Coliseu, mas enviou uma mensagem com reflexões para a data. A cerimônia foi conduzida pelo cardeal Baldo Reina, vigário-geral da Diocese de Roma.
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