Durante uma sabatina de diretos humanos do Brasil, na Organização das Nações Unidas (ONU), o governo venezuelano denunciou a corrupção no governo do presidente Michel Temer, além de violações ocorridas no país. A denúncia reflete a crise diplomática que existe entre Caracas e Brasília nos últimos meses.
“Estamos profundamente preocupados com a corrupção generalizada no governo”, disse nesta sexta-feira a delegação de Caracas.
Nas últimas semanas, o Itamaraty e outros países latino-americano tem criticado o governo venezuelano pela sua violência contra a oposição, especialmente em protestos. O Brasil também tem alertado sobre as ameaças para a democracia, diante das medidas adotadas por Caracas. Desta vez, foi a Venezuela que usou os mesmos argumentos atacar o país.
- Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo/AFPMichel Temer e Nicolás Maduro
Durante o discurso, a delegação de Caracas pediu que o país se “abstenha do uso da força, execuções sumárias por parte de forças de ordem, principalmente na guerra contra as drogas”. “Pedimos medidas urgentes contra a tortura, mortes violentas e assassinatos, superlotação e condições degradantes em prisões”, disse a delegação. Ainda no que se refere à violência, a Venezuela cita a ocorrência de 5.000 mortes de mulheres no Brasil por ano, assim como 500.000 casos de estupros ou tentativas de violência sexual por ano. Os dados são do Ipea.
O governo de Maduro também pediu o “restabelecimento da democracia e estado de direito, fundamental para os direitos humanos, afetados pelo golpe de Estado contra a presidente Dilma Rousseff”.
De acordo com a Veja, foram citados também atos de discriminação contra mulheres, indígenas, afrodescendentes e a violência contra crianças de rua, além de críticas a Emenda Constitucional 95, que congela gastos por 20 anos. Segundo Caracas, essa é incompatível com obrigações internacionais e vai afetar 16 milhões de pessoas.
Ver todos os comentários | 0 |