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Japão emite alerta de míssil sobre o país e acusa Coreia do Norte

A última vez que a Coreia do Norte havia disparado um míssil sobre o Japão foi há 5 anos.

O Japão emitiu um alerta na manhã desta terça-feira (horário local), 4, sobre um míssil balístico de alcance intermediário sobrevoou o país. O governo japonês e a Coreia do Sul atribuíram o projétil à Coreia do Norte, o que configura um aumento na série de testes de armas do país este ano, já um recorde.

A última vez que a Coreia do Norte havia disparado um míssil sobre o Japão foi em 2017, em meio ao aumento das tensões entre o líder norte-coreano, Kim Jong Un, e o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Os militares sul-coreanos disseram que “detectaram um míssil balístico suspeito de alcance intermediário que foi lançado da área de Mupyong-ri na província de Jagang por volta das 7h23 (19h23 de segunda-feira em Brasília) e passou sobre o Japão na direção leste”.

Em um comunicado, o Estado-Maior Conjunto disse que os militares “mantiveram uma postura de prontidão total e cooperaram estreitamente com os Estados Unidos à medida que intensificavam a vigilância”.

Tóquio também relatou o disparo do míssil por Pyongyang e emitiu um alerta de evacuação em duas regiões do norte, pedindo para que os habitantes se refugiassem dentro de prédios ou em abrigos subterrâneos.

“Acredita-se que um míssil balístico passou sobre nosso país e caiu no Oceano Pacífico. Este é um ato de violência após o recente disparo repetido de mísseis balísticos. Nós o condenamos fortemente”, disse o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida.

Com as negociações entre Washington e Seul paralisadas há tempo, Kim redobrou seus esforços para modernizar o arsenal da energia nuclear e implantou um número recorde de testes de armas, incluindo o primeiro míssil intercontinental lançado desde 2017.

Na semana passada, Pyongyang disparou até quatro mísseis balísticos de curto alcance, incluindo um poucas horas após a visita do vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, a Seul.

Em sua viagem, Harris viajou para a zona desmilitarizada que divide a península coreana para demonstrar o compromisso da Casa Branca com a Coreia do Sul.

Escalada significativa

Paralelamente a essa escalada de testes do país comunista, Seul, Tóquio e Washington intensificaram seus exercícios militares conjuntos. Dias atrás, Seul e Washington realizaram exercícios navais em larga escala na península e planejam para sexta-feira manobras submarinas com o Japão, as primeiras em cinco anos.

Esses exercícios incomodam a Coreia do Norte, que os vê como ensaios para uma eventual invasão. “Se Pyongyang disparou um míssil sobre o Japão, isso significaria uma escalada significativa em suas recentes provocações”, disse Leif-Eric Easley, professor da Universidade Ewha, em Seul. Mas, segundo ele, “Pyongyang ainda está no ciclo de provocações e testes”.

“O regime de Kim está desenvolvendo armas como ogivas atômicas táticas ou mísseis balísticos disparados por submarinos como parte de uma estratégia de longo prazo para superar a Coreia do Sul em uma corrida armamentista e criar barreiras entre os aliados dos Estados Unidos”, acrescentou.

Washington e Seul vêm alertando há meses que o país comunista está preparando um novo teste de uma arma nuclear. Segundo eles, isso pode acontecer logo após o Congresso do Partido Comunista da China em 16 de outubro.

A Coreia do Norte, alvo de várias sanções da ONU por seus programas de armas, normalmente procura maximizar o impacto geopolítico de seus testes em momentos propícios.

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