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Prefeito e outras 18 pessoas são mortas a tiros em ataque no México

Conrado Mendoza Almeida participava de uma reunião quando foi atingido pelos disparos de arma de fogo.

Pelo menos 18 pessoas morreram em um duplo ataque armado ocorrido no município de San Miguel Totolapan, no estado mexicano de Guerrero, no sul do país. Entre as vítimas está o prefeito Conrado Mendoza Almeida e outros funcionários do município.

Também nesta quarta-feira, um caso de violência foi registrado em outra região do México e resultou na morte da deputada Gabriela Marín.

De acordo com informações regionais da Procuradoria Geral do Estado, dois ataques foram registrados na tarde desta quarta-feira, 5. O primeiro alvo foi a sede da prefeitura, que recebeu uma sequência de disparos feitos com armas de alto calibre. Os vidros da fachada se estilhaçaram com o impacto dos tiros.

O segundo ataque ocorreu em um local próximo, onde era realizada uma reunião liderada pelo prefeito. Além de Conrado Mendoza Almeida, outros participantes do evento também foram atingidos.

Segundo a Promotoria, das 18 pessoas assassinadas no local, 10 foram identificadas, entre elas Conrado e seu pai, o ex-prefeito Juan Mendoza Acosta. Entre as vítimas estão também o diretor de Segurança Pública do município, Freddy Martínez Suazo; o assessor do presidente, Roberto Mata Marcial; o administrador da jurisdição sanitária de Tlapehuala, Gênesis Araújo Marcos, bem como dois agentes de segurança do prefeito. Além disso, foi relatado que três pessoas feridas foram transportadas de avião para atendimento.

Por meio de um comunicado, a governadora do estado de Guerrero, Evelyn Salgado Pineda, lamentou o assassinato do prefeito, condenou os ataques e garantiu que não haverá impunidade.

A bancada parlamentar do Partido da Revolução Democrática (PRD) no Congresso local, à qual pertenciam o prefeito e seu pai, exigiu que a Procuradoria Geral da República realizasse as investigações dada a magnitude do ataque.

O ataque foi atribuído ao grupo criminoso Los Tequileros, que minutos após o evento divulgou um vídeo nas redes sociais em que anunciava seu retorno àquela região de produção e transferência de drogas, que é disputada com La Familia Michoacana, grupo criminoso do estado vizinho de Michoacan.

Depois do ataque armado, foram relatados bloqueios na rodovia federal Iguala-Ciudad Altamirano, em Guerrero, com veículos de carga pesada e ônibus para impedir a chegada das forças de segurança. O governo do estado depois informou que a área já estava sendo vigiada pelos agentes federais e o Ministério da Defesa Nacional (Sedena) enviou unidades terrestres e aéreas para localizar e prender os responsáveis pelo ataque.

Deputada assassinada

Em outra região do México, também na tarde desta quarta-feira, foi assassinada a deputada Gabriela Marín, que fazia parte do partido Morelos Progresa. Segundo a mídia local, a morte ocorreu em frente a uma farmácia na cidade de Cuernavaca.

A deputada foi abordada por dois homens armados que já a esperavam no local. A dupla efetuou os disparos e a deputada morreu na hora. O governador de Morelos, Cuauhtémoc Blanco, condenou o assassinato de Marín e anunciou, via Twitter, que uma operação de segurança havia sido implantada para localizar os responsáveis.

Com a morte de Mendoza e Marín, já são 18 prefeitos e oito deputados assassinados durante o governo do presidente Andrés Manuel López Obrador, que começou em 2018, segundo registros da consultora local de comunicação e gestão de riscos Etellekt Consultores.

Os violentos eventos em Morelos e Guerrero ocorrem em um momento em que o Congresso debate uma reforma constitucional para estender até 2028 a permanência dos militares nas ruas em tarefas de segurança pública, iniciativa promovida por López Obrador.

Durante anos, o presidente defendeu o retorno dos militares aos quartéis, mas nos últimos meses mudou de posição e passou a alegar que, diante do recrudescimento da violência, as Forças Armadas são obrigadas a permanecer mais tempo nas ruas.

Desde 2006, os militares têm desempenhado um papel de liderança na luta contra o crime organizado e o tráfico de drogas. Apesar do amplo destacamento da Guarda Nacional, que no mês passado ficou sob controle do Exército, a insegurança no México não apresentou redução.

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