O governo da Argentina anunciou, nesta sexta-feira (11), um acordo com supermercados e fornecedores de bens de consumo de massa para congelar ou regular os preços de cerca de 1.500 produtos, na tentativa de conter a inflação no país, que deve chegar a 100% em dezembro deste ano, em meio a uma grande crise econômica e política do presidente Alberto Fernández.
Segundo o Ministério da Economia, a medida deverá atingir produtos como alimentos, bebidas, itens de higiene e limpeza. O ministério declarou que um novo programa de “Preços Justos” ajudará a estabilizar os preços dos produtos em favor do consumidor. Não é a primeira vez que o país tenta conter a inflação com o congelamento dos preços.
O governo peronista de esquerda está lutando contra uma queda na popularidade e protestos de ruas, enquanto o aumento nos preços minam o poder de compra dos consumidores e as reservas em moeda estrangeira cada vez menores criam riscos para a economia. O valor dos diferentes produtos no país está subindo em ritmo mais rápido, desde a década de 90, devido a problemas causados pela impressão de dinheiro e ciclos viciosos de aumento de preços por empresas, agravados por aumentos globais nos custos de fertilizantes para agricultura e importação de gás.
Alguns itens terão alta de 4% antes de entrarem no esquema de congelamento de preços por quatro meses, enquanto outros iniciarão o programa nos valores atuais, mas poderão aumentar em até 4% ao mês.
Com as eleições marcadas para o ano que vem e os níveis de pobreza perto de 40%, milhares de argentinos protestaram na quinta-feira (10) contra o governo e o Fundo Monetário Internacional (FMI), que emprestou bilhões de dólares ao país latino-americano.
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