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EUA advertem Moscou contra o uso de armas químicas na Ucrânia

Conselheiro de Segurança de Joe Biden, Jake Sullivan fez alerta ao principal conselheiro de Putin.

O conselheiro de segurança nacional de Joe Biden, Jake Sullivan, alertou seu homólogo russo nesta quarta-feira, 16, contra “qualquer possível decisão russa de usar armas químicas ou biológicas na Ucrânia”, disse a Casa Branca em comunicado.

O aviso explícito a Nikolai Patrushev, principal conselheiro de segurança nacional do presidente Vladimir Putin, refletiu crescentes preocupações em Washington de que os russos, frustrados em suas esperanças de uma rápida conquista do país, pudessem recorrer a armas de destruição em massa.

Autoridades disseram que não houve menção direta ao uso de armas nucleares no campo de batalha, embora duas autoridades tenham dito que o governo enviou um aviso separado sobre essa questão por outros canais nos primeiros dias da guerra, quando Putin anunciou que estava colocando forças nucleares russas em alerta.

A Casa Branca não disse quem iniciou a ligação desta quarta, embora a Rússia tenha indicado que o contato foi um pedido dos Estados Unidos. Patrushev, que está no cargo há 14 anos, estava entre os russos alvo das sanções dos EUA imediatamente após a invasão.

O Conselho de Segurança da Rússia, principal órgão consultivo de Putin em questões de segurança nacional, disse em seu site que Patrushev pediu aos Estados Unidos que parem de “apoiar neonazistas e terroristas na Ucrânia” e parem de facilitar o fluxo de “mercenários " e armas para o país.

O órgão ainda comunicou que Patrushev também mencionou o que a Rússia alegou serem instalações de armas biológicas controladas pelos EUA em território ucraniano, e alertou os EUA contra planejar provocações envolvendo armas de destruição em massa.

A Casa Branca, o Pentágono e o Departamento de Estado negaram inequivocamente as alegações promovidas pela mídia estatal russa sobre laboratórios de armas biológicas na Ucrânia.

O Conselho de Segurança da Rússia também disse que Patrushev pediu aos Estados Unidos que exerçam influência sobre o governo de Kiev, capital da Ucrânia, para resolver a crise por meio da diplomacia.

No relato da Casa Branca, Sullivan “declarou claramente o compromisso dos Estados Unidos de continuar impondo custos à Rússia, apoiar a defesa da soberania e integridade territorial da Ucrânia” e reforçar as defesas ao longo das fronteiras orientais da Otan.

“Sullivan disse ao general Patrushev que se a Rússia leva a diplomacia a sério, então Moscou deveria parar de atacar cidades e vilas ucranianas”, disse o comunicado.

Autoridades americanas não revelaram detalhes de por que acham que a Rússia poderia usar armas químicas e biológicas na Ucrânia, o que marcaria uma grande escalada do conflito. Nem Biden abordou a questão sobre se e como seu uso pode afetar a natureza do apoio militar dos Estados Unidos e da Otan à Ucrânia. Até agora, Biden tem insistido que os Estados Unidos ficarão fora de qualquer combate direto com a Rússia enquanto Moscou não atacar o território da Otan.

Mas o uso de armas químicas ou biológicas apresentaria a Biden um problema semelhante ao que enfrentou o presidente Barack Obama em 2012 e 2013, depois que Obama declarou durante o conflito na Síria que “uma linha vermelha para nós é começarmos a ver um monte de armas químicas circulando ou sendo utilizadas.” Obama disse que isso “mudaria o cálculo”, mas depois desistiu de um plano de ação militar depois que o presidente sírio Bashar Assad usou armas químicas em abril de 2013.

Nesse caso, o cálculo é diferente: ao contrário da Síria, a Rússia é um Estado com armas nucleares, e as preocupações com a escalada de um conflito permeiam a Casa Branca e o Pentágono.

A conversa de Sullivan ocorreu horas depois que o secretário de Estado Antony Blinken descreveu, pela primeira vez em público, o padrão que o governo Biden usaria para decidir quando começar a suspender as sanções econômicas à Rússia.

Blinken, falando à NPR, disse que as sanções serão suspensas apenas quando a Rússia se retirar totalmente da Ucrânia, em um recuo que deve ser “de fato, irreversível” para que uma invasão “não possa acontecer novamente” em alguns anos.

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