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Morre jornalista baleada no Chile enquanto cobria marcha de 1º de maio

Sandoval, de 30 anos, trabalhava para o veículo comunitário Señal 3 e passou 12 dias internada.

A jornalista Francisca Sandoval, que foi baleada enquanto cobria uma marcha do Dia do Trabalho em Santiago, no Chile, morreu nesta quinta-feira depois de ficar 12 dias internada, informou um médico do Hospital de Emergência de Assistência Pública.

Sandoval, de 30 anos, que trabalhava para o veículo comunitário Señal 3, de La Victoria, foi uma das três pessoas feridas por tiros durante os violentos confrontos ocorridos na capital chilena paralelamente a uma manifestação sindical.

O médico Daniel Rodríguez, chefe da Unidade de Terapia Intensiva do hospital, informou à imprensa que Sandoval “morreu minutos antes das 11h desta quinta-feira, após 12 dias em extrema gravidade”.

Ele explicou que a jovem jornalista foi baleada no rosto e teve uma lesão “muito agressiva”, que causou uma hemorragia cerebral. O presidente Gabriel Boric expressou seus pêsames à família de Sandoval, a quem qualificou de “vítima inocente de delinquentes” e assegurou que “não permitirão impunidade” no caso. Os autores foram detidos e está em curso uma investigação desde a semana passada.

“A violência prejudica a democracia e afeta famílias irreparavelmente. Nosso compromisso é com a segurança e a justiça e não descansaremos neste afã. Meus sentidos pêsames e abraço à família de Francisca Sandoval, vítima inocente de delinquentes. Não permitiremos impunidade”, reforçou o presidente Boric no Twitter.

Durante a marcha de 1º de maio, convocada pela Central de Trabalhadores no município de Estación Central, em Santiago, houve incidentes com manifestantes que montaram barricadas, alguns entraram em estabelecimentos comerciais e confrontaram comerciantes.

Em meio aos distúrbios, um grupo de vendedores ambulantes saíram para enfrentar os manifestantes com tiros que atingiram três pessoas. O estado de Sandoval era grave desde o primeiro momento, mas sua morte provocou consternação entre as autoridades do país, que coincidiram em expressar sua preocupação com a ameaça à democracia que representa o recente aumento da criminalidade armada

Somaram-se ao luto estudantes de jornalismo, que convocaram um protesto em frente ao hospital nesta quinta-feira pela tarde para denunciar a violação dos direitos humanos e ameaça à liberdade de imprensa.

“Francisca não nos deixou. Eles a assassinaram. Com essas palavras confirmamos a morte de nossa querida Fran. Sentiremos sua falta e faremos todo o possível para encontrar a verdade”, informou o veículo Señal 3.

Na semana passada, três autores do tiroteio foram presos. Em um clima de hostilidade generalizada, atos de vandalismo se misturam em meio a protestos sociais, aumento de grupos de tráfico de drogas em setores pobres do país e maior presença de armas de fogo sem porte legal entre civis.

México

Duas jornalistas foram assassinadas nesta segunda-feira, 9, no Estado mexicano de Veracruz, poucos dias após um repórter, Luis Enrique Ramírez, ser encontrado morto no estado de Sinaloa. Nesta quinta-feira, 12, o governo mexicano afirmou que as mortes não estariam relacionadas com o exercício da profissão.

“Não há nenhum elemento, como no caso de (o jornalista de) Sinaloa, que suponha uma associação do evento com a atividade jornalística”, disse o subsecretário de Segurança Pública, Ricardo Mejía, referindo-se a Ramírez, Yessenia Mollinedo e e Sheila García.

“Há uma linha muito sólida que conduz a uma questão de crime organizado”, acrescentou Mejía, sem se aprofundar nessa tese.

Durante a coletiva matinal do presidente Andrés Manuel López Obrador, o subsecretário indicou, no entanto, que “nenhuma linha de investigação está descartada” nos três casos. Mejía também informou que os supostos autores desses crimes já foram identificados.

Até agora, em 2022, onze jornalistas foram assassinados no México, segundo organizações que defendem a liberdade de imprensa, embora ainda não se saiba se em todos os casos o assassinato está ligado à profissão. O governo registra nove assassinatos de comunicadores.

Com cerca de 150 jornalistas assassinados desde 2000, o México é um dos países mais perigosos para a imprensa, segundo a organização Repórteres Sem Fronteira (RSF).

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