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Ministério Público da Argentina pede a prisão de Cristina Kirchner

Ainda precisa da autorização da Suprema Corte do país para cumprir a pena por ela ser vice-presidente.

O Ministério Público da Argentina pediu nesta segunda-feira, 22, uma sentença de 12 anos de prisão e perda dos direitos políticos perpétua para a vice-presidente do país, Cristina Kirchner. Ela é acusada de corrupção em licitação de obras durante seu mandato como presidente (2007-2015).

Ainda cabe recurso da decisão e, por ela ter imunidade como vice-presidente e presidente do Senado, precisa da autorização da Suprema Corte para cumprir a pena, caso seja condenada em todas as instâncias. Cristina se diz inocente e alega sofrer perseguição política da Justiça.

A vice-presidente é processada pelos delitos de associação ilícita agravada e administração fraudulenta agravada, mas tem imunidade política por ser vice-presidente do país e presidente do Senado. A expectativa é que ela seja julgada por esse caso no fim do ano.

Minutos após o pedido de condenação feita pelo procurador Diego Luciani ser divulgado, a presidência emitiu nota de repúdio. “O governo nacional condena a perseguição judicial e midiática contra a vice-presidente Cristina Fernández de Kirchner que se manifestou hoje, mais uma vez, na alegação final e pedido de punição na chamada Causa Rodoviária”, diz o texto. O presidente Alberto Fernández é aliado político de Cristina e contou com seu apoio para vencer as eleições de 2019.

Cristina é acusada, juntamente com outras 12 pessoas, de supostamente ter orientado a atribuição de licitações de obras públicas na Província de Santa Cruz (sul), seu berço político, em favor do empresário Lázaro Báez, contra quem os promotores também pediram 12 anos de prisão e apreensão de seus bens. Os pedidos de sentença variaram de 2 a 12 anos de prisão. A pena máxima para esses crimes é de 16 anos.

Esta última audiência de alegações da acusação foi instalada pela manhã pelo promotor Sergio Mola, que revisou os detalhes do caso em que depuseram mais de uma centena de testemunhas.

Na sessão, realizada à distância, Mola considerou que os acusados “traçaram um plano” que pretendia fraudar o Estado pela “discricionariedade na utilização de fundos”.

“Houve irregularidades sistemáticas em 51 licitações ao longo de 12 anos. A tabela de provas demonstra conclusivamente as manobras ilícitas. Não é crível que Cristina Fernández (de Kirchner) não tenha descoberto nada na solidão de seu escritório”, disse o promotor em seu argumento final.

O caso também abrange o período do governo anterior, de 2003 a 2007, quando seu marido Néstor Kirchner, morto em 2010, era presidente.

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