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Entenda o que o FBI buscava na casa do ex-presidente Trump

De acordo com um dos filhos de Trump, Eric, mandado estaria relacionado a documentos presidenciais.

O ex-presidente dos EUA Donald Trump afirmou que agentes do FBI realizaram uma operação de busca e apreensão em Mar-a-Lago, sua residência na Flórida, na noite de segunda-feira, 8. De acordo com fontes ouvidas pela imprensa americana e familiarizadas com a investigação, a operação federal teria como objetivo recuperar materiais supostamente subtraídos por Trump da Casa Branca ao fim de seu mandato - incluindo documentos classificados do governo americano.

Trump estava em Nova York no momento em que o FBI chegou a Mar-a-Lago. Apesar de suas críticas sobre a operação - a qual comparou ao caso Watergate - ele não deu detalhes adicionais sobre o que o objetivo dos agentes no local. No entanto, um de seus filhos, Eric Trump, disse em entrevista à Fox News ter informado ao pai que a busca estava ocorrendo e que o mandado de busca estava relacionado a documentos presidenciais.

O FBI e o Departamento de Justiça dos EUA não comentaram oficialmente detalhes da operação, mas uma fonte ouvida pelo The Washington Post afirmou que a busca foi autorizada por um tribunal como parte de uma investigação de longa data sobre o descumprimento da Lei de Registros Presidenciais - que exige a preservação de memorandos, cartas, notas, e-mails, faxes e outras comunicações escritas relacionadas aos deveres oficiais de um presidente.

A autorização de uma investigação a um ex-presidente, incluindo uma operação de busca e apreensão - o que é incomum -, também deve ter contado com o apoio de representantes do Departamento de Justiça, segundo analistas.

Em fevereiro, Trump devolveu 15 caixas de documentos após reiterados pedidos dos Arquivos Nacionais - e apenas depois de uma ameaça de ação para recuperá-las. Os itens incluíam correspondência com o líder norte-coreano Kim Jong-un - que Trump descreveu como “cartas de amor”, em setembro de 2018 -, bem como uma carta deixada para ele pelo presidente Barack Obama. Na época, conselheiros do ex-presidente negaram qualquer intenção nefasta ao pegar os documentos e disseram que as caixas continham lembranças, presentes, cartas de líderes mundiais e outras correspondências.

Os Arquivos Nacionais não descreveram os documentos recebidos de Trump na época, indicando apenas que foram recuperadas “informações classificadas de segurança nacional”. David S. Ferriero, responsável pelo órgão, afirmou ao Congresso que a agência “estava em comunicação com o Departamento de Justiça”, o que levou promotores federais posteriormente iniciarem uma investigação.

A relação do ex-presidente com os documentos públicos guarda outros episódios polêmicos. De acordo com o Arquivo Nacional, Trump tinha o hábito de rasgar alguns de seus documentos de trabalho, o que é proibido.

“Entre os documentos presidenciais recebidos pelos Arquivos Nacionais estavam documentos em papel que foram rasgados pelo ex-presidente Trump”, disseram autoridades à France-Presse na época que os documentos foram devolvidos.

Um livro de uma repórter do The New York Times aponta que integrantes da equipe de Trump encontraram pedaços de papel rasgado entupindo um vaso sanitário e acreditavam que ele os havia jogado dentro.

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