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Bloco de direita vence eleições do Parlamento da Suécia

A primeira-ministra Magdalena Andersson renunciou ao cargo antes da apuração ser concluída.

O bloco de direita da Suécia venceu as eleições do Parlamento nesta quarta-feira, 14. Após o fim da apuração, a atual primeira-ministra, Magdalena Andersson, reconheceu a derrota e anunciou a renúncia do cargo a partir desta quinta-feira. O líder do Partido Moderado, Ulf Kristersson, assume a posição.

A vitória é resultado de uma união sem precedentes na política sueca e aconteceu em uma eleição apertada. O grupo de direita ganhou 176 cadeiras, contra 173 da coalizão de esquerda liderada por Magdalena. “Obrigado pela confiança. Agora vamos colocar ordem na Suécia!”, escreveu Ulf Kristersson no Facebook.

Das 176 cadeiras conquistadas, 73 correspondem aos votos recebidos pelos Democratas Suecos (SD), de extrema direita. É a primeira vez na história do país que o governo vai precisar do apoio do SD, um partido conhecido pela defesa anti-imigração, para governar. A legenda conquistou 20,6% dos votos e se tornou o segundo maior partido do país.

Os moderados, partido de Ulf Kristersson, obtiveram 68 assentos; os democratas cristãos, 19 e os liberais, 16. Na esquerda, o partido social-democrata obteve 107 assentos, 7 a mais do que nas últimas eleições, mas não obteve a maioria pelo baixo desempenho dos partidos Esquerda e Centro e os Verdes.

O líder do SD, Jimmie Åkesson, prometeu ser uma “força construtiva e proativa” no governo e disse que o trabalho a partir de agora é “fazer a Suécia voltar a funcionar bem”.

O partido foi fundado em 1988 como uma herança de formação neonazista e a partir daí foi se incluindo no cenário político sueco. Em 2010, entraram no parlamento pela primeira vez com 5,7% dos votos e desde então o número de deputados aumenta a cada pleito.

Embora seja o primeiro partido da maioria de direita, Åkesson não é capaz de conquistar o apoio das outras legendas da coalizão para ser primeiro-ministro, prometido a Ulf Kristersson. Especialistas acreditam que Åkesson vai apoiar o futuro governo sem fazer parte dele.

No entanto, a coalizão vencedora vai precisar lidar com fragilidades internas geradas pelas diferenças consideráveis entre os liberais e o Democratas Suecos em diversas questões. “É uma situação parlamentar difícil”, resume o professor de política da Universidade de Gotemburgo, Mikael Gilljam.

Renúncia de Magdalena Andersson

A primeira-ministra Magdalena Andersson renunciou ao cargo antes da apuração ser concluída e reconheceu a derrota para a direita. “O resultado preliminar é claro o suficiente para chegar a uma conclusão”, justificou.

Magdalena foi a primeira mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra na Suécia, no ano passado, e liderou o país na discussão sobre uma adesão à Otan após a guerra na Ucrânia. Embora seja pessoalmente popular, a líder perde a eleição em meio a um crescimento da criminalidade em distritos que abrigam um grande número de imigrantes que não conseguiram se integrar à sociedade sueca. Parte dos suecos atribuem o aumento ao partido social-democrata, que estava no poder há oito anos.

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