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Bolsonaro diz que embargo dos EUA ao Irã ameaça empresas brasileiras

Presidente brasileiro comenta situação de navios parados desde o início de junho no Porto de Paranaguá, no Paraná, e diz que governo alertou mercado nacional sobre riscos.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira, 19, que o problema do embargo dos Estados Unidos em relação ao Irã é um risco para as empresas brasileiras no caso dos dois navios de bandeira iraniana que estão parados desde o início de junho no Porto de Paranaguá, no Paraná.

"Existe esse problema, os Estados Unidos de forma unilateral, pelo que me consta, tem embargos levantados contra o Irã. As empresas brasileiras foram avisadas por nós desse problema e estão correndo o risco neste sentido e o mundo está ai", disse.

Bolsonaro lembrou também que tem se aproximado cada vez mais do presidente americano, Donald Trump, mas destacou que o Brasil precisa cuidar dos seus problemas "em primeiro lugar". O presidente afirmou ainda que o País está de braços abertos para acordos e parcerias com outros países.

"Eu, particularmente, estou me aproximando cada vez mais do Trump, fui recebido duas vezes por ele, ele é a primeira economia do mundo, segundo mercado econômico. E hoje abri para jornalistas estrangeiros que o Brasil está de braços abertos para fazermos acordos, parcerias, para o bem dos nossos povos. O Brasil é um país que não tem conflito em nenhum lugar do mundo, graças a Deus, pretendemos manter nessa linha, mas entendemos que outros países têm problemas e nós aqui temos que cuidar dos nossos em primeiro lugar", disse.

Os cargueiros iranianos trouxeram ureia e voltariam carregados de milho, mas a Petrobrás teme punições americanas e se recusa a abastecer as embarcações, que estão na lista de sanções do Departamento do Tesouro dos EUA.

O impasse ocorre no momento em que o Brasil busca uma aproximação com os EUA e o governo americano aumenta a pressão diplomática sobre o Irã. Em maio de 2018, Trump retirou o país de um acordo que restringia o programa nuclear iraniano em troca da suspensão gradual das sanções.

Mais dois navios parados

Ao menos dois cargueiros iranianos alvo de sanções do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos estão na costa de Santa Catarina, na fila para atracar no Porto de Imbituba. São eles o Ganj e o Delruba. Enquanto o primeiro desembarcará uma carga de 66 mil toneladas de ureia, um fertilizante, o segundo recolherá 67 mil toneladas de milho vendido para o Irã.

Como o Porto de Imbituba não faz abastecimento de combustível, ambos os navios devem seguir viagem. Ao Estado, a Petrobrás ressaltou, por meio de nota, que caso os dois navios solicitem combustível à empresa em território brasileiro, o pedido será declinado em virtude das sanções americanas. Ainda de acordo com a estatal, outras empresas podem fazer o abastecimento.

Importadora contesta estatal brasileira

A empresa que afreta os navios afirma que não há alternativa à estatal no fornecimento e que o transporte de alimentos está livre de qualquer sanção.

De acordo com a exportadora, cujo nome não é divulgado em razão de o processo correr em sigilo de justiça, a empresa iraniana a que se refere a Petrobras é apenas a dona da embarcação e não está envolvida na operação de venda de milho para o Irã.

"Não há alternativas viáveis e seguras para o abastecimento das embarcações, que dependem de um tipo de combustível que é monopólio da Petrobrás. Sem combustível, as embarcações podem ficar à deriva, com risco ambiental", destaca a empresa em nota.

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