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Mesmo com má fama, Feira do Troca-Troca é um dos locais mais frequentado de Teresina

Francisco Edimar, 58 anos, um dos vendedores mais antigo do local, afirma que não trocaria seu trabalho por nada.

O Troca-Troca localizado no centro de Teresina, às margens do rio Parnaíba, existe a mais de 40 anos. A feira funciona diariamente e lá se encontra de tudo: fogão, geladeira, som, televisão, bicicleta, relógio, botijão de gás, celulares, que na maioria das vezes, os objetos comercializados pelos feirantes, são usados.

Surgimento

A feira surgiu em 1970 à sombra de uma figueira com a iniciativa de algumas pessoas que sentiram a necessidade de obter produtos novos ou usados, sem a contrapartida do dinheiro. Com solicitação ao Governo do Estado, em 1985 os comerciantes conseguiram que o local recebesse uma estrutura mais adequada para a prática comercial.

José Modesto, (foto) 65 anos, conhece bem o Troca-Troca. Ele afirma que há 40 anos trabalha no local e já viveu muita coisa no ponto, ‘O Troca-Troca é muito importante, muita gente vem aqui comprar usado, quando não tem dinheiro para comprar novinho, o sustento da minha família tiro daqui, criei meus seis filhos com minha venda no troca-troca’, relatou seu Modesto.

Segundo Francisco Borges (foto) administrador do local, existe 137 vendedores cadastrados, essas pessoas possuem ponto fixo e contribuem por semana com R$ 5 reais para manutenção e pagamento dos funcionários que fazem faxina e vigiam as mercadorias no local. ‘Nós temos o cadastro de todos que trabalham legalmente aqui, mas existe mais de 100 pessoas que trabalham na clandestinidade’, denuncia o administrador.

Francisco Borges explica que das mercadorias vendidas por essas pessoas que trabalham ilegalmente, é que vem a fama da venda de produtos roubados no local. Porém, segundo ele, todos os vendedores cadastrados exigem a nota fiscal ou, no caso de produtos muito antigos, exigem a declaração do material. "Nós não podemos responder por aqueles que não são registrados, nem a polícia consegue combater os ambulantes imagine nós", justifica.

Francisco Borges afirma que os objetos mais procurados para serem trocados ou comprados no Troca-troca são as bicicletas, televisores e geladeiras. Mas ele afirma também que os campeões de vendas nas barracas que não são cadastradas são os celulares.

‘Aqui mesmo cadastrada só tem uma barraca que vende celular, mesmo assim, não vende nada, porque as barracas que não são cadastradas, vendem os produtos roubados por um preço quase dado’, denuncia o administrador.

Mesmo com a fama adquirida, o Troca-Troca já faz parte do roteiro turístico da cidade e é bastante visitado principalmente nos finais de semana. O local também serve como ponto de encontro de amigos que papeiam nas barbearias, restaurantes e lanchonetes que existem no local.

Francisco Edimar, 58 anos, um dos vendedores mais antigo do local, afirma que não trocaria seu trabalho por nada. Ele destaca os vários acontecimentos vividos ali, como a mãe que foi trocar seu filho por comida, ou as vezes que tiveram que atender a uma mulher que procurava sua bicicleta que havia sido roubada, ‘ a maior parte da minha vida está aqui, amigos que se tornaram com o convívio de tantos anos, aqui é muito mais que um lugar que compra, vende ou troca produtos, aqui é a vida de muitos que trabalham nesse local’, explica seu Edimar.

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