Mais qualidade e competitividade para as peças do Pólo Cerâmico do Poti Velho. Com esse objetivo, o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, Sebrae no Piauí, vai realizar uma consultoria em Design Estratégico junto a vinte unidades de produção do local. A ação vai beneficiar cerca de cem artesãos, sendo desenvolvida até dezembro deste ano.
“É uma forma de intensificarmos as ações do Sebrae junto aos ceramistas do Poti Velho, dando oportunidade para que um número maior de artesãos possam ter acesso a técnicas de design. Essa atividade só acontecia por ocasião da Casa Piauí Design, beneficiando muitas vezes uma única unidade de produção”, informa o gerente da Unidade de Atendimento Coletivo Comércio e Serviços do Sebrae no Piauí, Gilson Vasconcelos.
Ainda segundo Vasconcelos, a idéia é melhorar a qualidade das peças, com a incorporação do design e de novos materiais, o que vai diversificar, nivelar e agregar mais valor à produção. “Peças mais valorizadas são garantia de aumento de renda para todos os envolvidos na atividade”, acrescenta o gerente.
A Unidade de Atendimento Coletivo Comércio e Serviços do Sebrae no Piauí é responsável por todas as iniciativas da instituição no que se refere ao fortalecimento da cadeia produtiva do artesanato no Estado.
“Ao final das consultorias, esperamos ter duzentas peças criadas e /ou melhoradas, entre utilitárias e decorativas, com elementos da iconografia, da história e da cultura daquele bairro, levando em consideração aspectos comerciais”, destaca Vasconcelos.
Para a artesã Maria Rosa Lima, a consultoria será uma oportunidade para que todos aprendam mais e tenham acesso a novidades, o que vai diversificar a produção. “Com novos modelos e com a melhoria de peças já existentes, a comercialização deve aumentar, o que é muito importante, pois grande parte da minha família tira o sustento dessa atividade”, afirma a artesã.
Maria é proprietária de um galpão no Pólo Cerâmico do Poti Velho, onde trabalham um artesão e seus quatro netos na confecção das peças e ela na pintura de tudo o que é produzido.
Outro artesão bastante otimista com relação a esse trabalho é Francisco Leite da Silva. “Essa é uma ação que vai contribuir para a qualificação dos artesãos do pólo, os quais terão acesso a novas tecnologias e a técnicas para melhorar a qualidade das peças”, afirma.
Na unidade de produção de Silva, são confeccionadas cerca de seiscentas peças por mês, garantindo o sustento de quase dez pessoas, entre familiares e funcionários.
Todo o trabalho de concepção e melhoramento dos produtos será desenvolvido pelos arquitetos e/ou designers Sérgio Leite, Luciana Marinheiro, Indira Matos, Roberto Dias e Clarissa Borges. Cada consultor vai atender quatro unidades de produção, dedicando quinze horas para cada unidade.
“Estamos chegando a um consenso para que todos os arquitetos e/ou designers sigam a mesma linha de produção, com uma temática única. Possivelmente, iremos desenvolver peças que retratem a cultura ribeirinha daquela comunidade. A idéia é melhorar a qualidade das peças, garantindo uma maior competitividade para a produção”, afirma a arquiteta Indira Matos.
Ainda segundo Indira, o trabalho será focado na fabricação de uma linha de jantar e de souvenirs, estes destinados para os turistas. “Cada arquiteto e/ou designer vai desenvolver um conjunto de peças que ao final vão compor um aparelho de jantar completo, por isso a necessidade de uma temática mais ou menos uniforme. Na concepção dos souvenirs, o trabalho será mais livre, já que são peças independentes”, explica.
O trabalho no Pólo Cerâmico do Poti Velho é uma ação piloto do Sebrae no Piauí em Design Estratégico, que está beneficiando ceramistas, mas que posteriormente será estendida para artesãos que trabalham com as demais tipologias de artesanato – a exemplo da tecelagem, dos bordados e da madeira – não só de Teresina, mas de outros municípios do Estado.
Ver todos os comentários | 0 |