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Pio IX - Piauí

Atrito entre Paróquia e Prefeitura de Pio IX cancela festejos

A comunidade católica acusa a prefeitura de invadir o espaço usado para a realização dos festejos para que fosse feita a festa em comemoração aos 128 anos do município.

Um atrito entre a Prefeitura Municipal de Pio IX e a comunidade católica da Paróquia Nossa Senhora do Patrocínio resultou no cancelamento dos festejos da padroeira do município, que iniciaram no dia 6 de agosto e seriam encerrados no dia 10.

A comunidade católica acusa a prefeitura de invadir o espaço usado para a realização dos festejos para que fosse feita a festa em comemoração aos 128 anos do município. Afirmam ainda que funcionários da prefeitura desmontaram o palco e barracas que estavam próximas a igreja matriz.

Devido a esse conflito, foi realizada nessa terça-feira (08) uma reunião do Conselho de Pastoral e Conselho Econômico da Paróquia Nossa Senhora do Patrocínio, em Pio IX, com a presença do bispo diocesano de Picos, Dom Plínio José Luz da Silva e os padres Francisco Feitosa e Sérgio Leal, onde eles decidiram pelo cancelamento dos festejos.

  • Foto: Facebook/Diocese PicosConselho decide não fazer festejoConselho decide não fazer festejo

Prefeita alega falta de acordo

Em entrevista ao GP1, a prefeita confirmou o atrito com a comunidade católica e afirmou que o padre Francisco Feitosa já estava sabendo que nessa terça-feira é comemorada a festa de emancipação do município e que por isso aquele espaço será usado para apresentação de bandas musicais. Afirmou ainda que tentou entrar em acordo sobre o uso do espaço, mas que o conselho da comunidade católica não cedeu.

“O aniversário do município é dia 8 de agosto. Normalmente a prefeitura fazia três dias de festa, mas devido a nossa situação financeira, colocamos apenas um dia. Então a nossa festa com banda seria apenas hoje, nos outros dias colocamos uma programação diversificada com palestras, torneios, ciclismo, várias coisas. No ano passado eu tive uma conversa com o padre e com o bispo e eles colocaram muitos pontos para que a festa não acontece no local onde é tradição, que é ao lado da igreja. No ano passado cedi todos os pontos, apesar de achar o posicionamento muito impositivo, mas eu quis evitar conflito. Nesse ano fiz um ofício avisando que iríamos usar aquele espaço por apenas um dia. Por três vezes pedimos um acordo e o padre disse que o conselho não aceitou. Foram três tentativas de diálogo”, explicou.

  • Foto: Lucas Dias/GP1Regina Coele, Prefeita de Pio IXRegina Coeli, Prefeita de Pio IX

Ela disse que faltou por parte da igreja mais vontade de tentar fazer um acordo. “Eu falei que as duas festas poderiam acontecer paralelamente, uma respeitando a outra, disse ao padre que seria apenas a noite do dia 8 e que pela manhã seguinte eu já desmontaria o palco e as barracas, além de limparmos tudo cedo. No dia da festa nós só iniciaríamos depois de encerrada a missa e dos católicos terem saído da igreja. Sempre tivemos esse respeito, mas eles foram irredutíveis. Eu disse ao padre, que o papel dele era de conciliador, de um líder, pois se os ânimos do conselho estavam alterados, cabia a ele fazer essa harmonização, mas ele estava mais irredutível que o conselho. Então é toda uma história de tradição da festa da padroeira, mas também é o aniversário do município, não tem como mudar a data. Eu queria esse entendimento de poder usar o espaço, pois as pessoas também cobram o aniversário do município”, disse.

Sobre o fato de ter sido desmontado o palco dos festejos, ela disse que tentou “ceder o palco da prefeitura, mas eles foram irredutíveis. Eu já tinha anunciado o local da festa e mandado para o padre a informação sobre onde seria montado o palco, e ele montou exatamente no lugar do nosso, montou barraca, então acho que faltou consenso. Eu disse que depois montava o deles depois, mas eles não concordaram. Disseram que não queriam uma festa ali, mas não tem outro lugar. Ano passado fiz em um outro espaço totalmente desnivelado. Eu sou católica e tenho respeito pela igreja, pelos festejos. Eu só queria diálogo. Acho que faltou bom senso e consenso. Ficou esse mal-estar que seria evitável. Ano passado cedi todos os pontos, porque não cederam apenas uma noite. É bom que as duas festas aconteçam. Eu não queria esse mal-estar. Não são críticas a igreja ou ao padre, apenas lamento que não tenha tido esse diálogo”.

O GP1 não conseguiu localizar o padre Francisco Feitosa para comentar o caso.

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