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Teresina - Piauí

Ator Murilo Benício estreia como diretor e lança filme em Teresina

O filme é uma adaptação da peça homônima escrita por Nelson Rodrigues e conta com um time de atores de peso.

Marcelo Cardoso/GP1 1 / 8 Murilo Benício Murilo Benício
Marcelo Cardoso/GP1 2 / 8 Ator Murilo Benício Ator Murilo Benício
Marcelo Cardoso/GP1 3 / 8 Ator e diretor Murilo Benício Ator e diretor Murilo Benício
Marcelo Cardoso/GP1 4 / 8 Murilo Benício lança O Beijo no Asfalto Murilo Benício lança O Beijo no Asfalto
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Marcelo Cardoso/GP1 6 / 8 Coletiva de imprensa com o ator e diretor Murilo Benício Coletiva de imprensa com o ator e diretor Murilo Benício
Marcelo Cardoso/GP1 7 / 8 Coletiva de imprensa com Murilo Benício em Teresina Coletiva de imprensa com Murilo Benício em Teresina
Marcelo Cardoso/GP1 8 / 8 Murilo Benício Murilo Benício

O ator Murilo Benício participou de uma coletiva de imprensa no Cinemas Teresina na tarde desta quinta-feira (22), para lançar seu novo filme “O Beijo no Asfalto”. A novidade é que ao invés de atuar, o artista marca sua estreia como diretor do longa.

O filme é uma adaptação da peça homônima escrita por Nelson Rodrigues. Ao presenciar um atropelamento, Arandir, vivido pelo ator Lázaro Ramos, tenta socorrer a vítima, mas o homem, quase morto, só tem tempo de realizar um último pedido: um beijo. Arandir beija o homem, mas seu ato é flagrado por seu sogro Aprígio e fotografado por Amado Ribeiro, um repórter policial sensacionalista. O longa é todo em preto e branco e conta com um elenco de peso, além de Lázaro, Fernanda Montenegro, Otávio Muller e Débora Falabella abrilhantam a produção de Murilo.

Confira a entrevista do ator abaixo:

Porque Nelson Rodrigues?

“Era um sonho antigo que eu tinha, lembro que comecei a estudar teatro com 11 anos de idade, eu ouvia muito meu pai falar do Nelson, era um nome que ficava ecoando pra mim, agora exatamente porque eu decidi fazer o Nelson, é uma coisa que eu não tenho na memória, porque esse projeto ele surgiu no final da década de 90, eu comprei os direitos, só eram dois anos que eu tinha, em um ano só consegui levantar metade do orçamento e entrei numa novela, não pude fazer o filme, perdi os direito. Ai dei uma esquecida a gente começa a fazer outras coisas. Vender Nelson naquele tempo era muito complicado, as pessoas não tinham muito interesse em fazer, mas devido ao incentivo para o cinema, apoio dos amigos, da Débora (Falabella), eu voltei com a ideia de fazer, me animei de novo, comprei os direitos, mas não consegui dinheiro nenhum pra fazer o filme, pior que da primeira vez, então é um filme que saiu inteiro do meu bolso, resolvi fazer mesmo sem incentivo nenhum, os atores receberam pouquíssimo nesse projeto, só tenho a agradecer a parceria”, disse Murilo.

Estreia como diretor

“Eu gostei muito da minha experiência como diretor, estou agora montando meu segundo filme porque eu acho que eu pude ter um encontro com os atores em um outro lugar que me ajudou muito, e eu acredito ter ajudado os atores. A gente tem uma dificuldade muito grande, são poucos os diretores que entendem o ator, e sempre que alguém tinha alguma dúvida, ao texto pra onde ia, até em relação ao próprio personagem eu sempre me reconhecia naquele momento ali de dúvida, por momentos que eu já tive na minha carreira, eu consegui ajudar os atores, isso que me interessa agora em dirigir, é minha ligação direta com o ator”, falou ao GP1.

Arte e Política

“Não acredito que a arte tenha essa obrigação de ter essa conotação política. Acho que depende do trabalho e do projeto, inclusive o Beijo é um projeto que fala muito mais da nossa sociedade, do ser humano, e infelizmente a gente tem a sorte de cair em um momento do país em que o Beijo ficou muito mais forte, porque a gente tem a Fernanda no filme, e foi ela quem encomendou essa peça ao próprio Nelson, pro grupo de teatro dela, então eu achava muito importante ela estar. Esse projeto mistura cinema com teatro, é um pouco documental também, ele na realidade é o processo do ator, eu quis trazer isso, desde o momento que ele pega o texto, até o momento que se reúne com o grupo de trabalho, estuda, e quais as possibilidades a partir daí. A Fernanda em alguns momentos ela falava da época, uma época em que ela ficou com a companhia parada, que ela tinha que pagar, porque tinha tanque de guerra na rua, e ela teve que parar. Então o filme ficou mais forte pela recém preocupação da gente voltar a viver esse tipo de época”, relatou o ator.

Filme nas escolas

“Eu acho que quem conhece Nelson hoje, são as pessoas interessadas, que de uma forma estão ligadas diretamente a cultura, se você perguntar a qualquer estudante que não tenha esse interesse, eles vão dizer pra você que não sabem quem é Nelson Rodrigues, e eu acho isso muito triste, a gente não investir nessa nossa história, porque a gente tem muita gente brilhante que está sendo esquecida. Então eu acho que essa ideia de mostrar os filmes nas escolas é pra que uma pessoa que não necessariamente iria procurar o Nelson, a gente vai fazer ele ir atrás dessa pessoa”, afirmou.

Preto e Branco

“O Nelson que está no filme é na íntegra, eu não mudei nada. O preto e branco é porque a gente filmava no meio da rua, as externas eu não me preocupei de ter as pessoas de anos 60 e atrás num carro supermoderno, mas eu achei que com o preto e branco eu ia ter uma facilidade maior de ambientar o filme nos anos 60, eu acho que te leva um pouco, te dá uma sensação de época”, revelou.

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