Clientes são internados após consumirem hambúrgueres em Teresina

A Gerência da Vigilância Sanitária Municipal de Teresina (Gevisa) autuou na noite dessa quinta-feira (10) o proprietário da hamburgueria Mister Dog, localizada na Avenida Jóquei Clube, na zona leste da Capital, por produção ilegal de maionese caseira, após denúncia de que clientes haviam sido internados com diagnóstico de infecção gastrointestinal.

Em entrevista ao GP1, a gerente da Gevisa, Jeanine Seba, informou que recebeu denúncia dando conta que havia uma pessoa internada com quadro de infecção, provavelmente ocasionada por ingestão de um hambúrguer. Ao se deslocar até o estabelecimento, a Gevisa constatou que o proprietário do local utilizava maionese caseira em seus produtos, o que não é permitido pelo código sanitário do município de Teresina e, inclusive, três pessoas da residência dele havia apresentado sintomas de infecção, após ingestão do produto.

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• Foto: Lucas Dias/GP1Gevisa

“Desde ontem que nós estávamos com uma suspeita muito grande e com a conclusão da investigação a gente viu que ele estava fazendo uso da maionese caseira. Então ontem foi aplicado ao auto de infração e dissemos que se ele seguisse novamente da mesma forma o estabelecimento seria interditado. Ele tem o manual de boas práticas, mas ele errou”, pontuou a gerente.

Clientes relatam sintomas de infecção

O GP1 ouviu pelo menos duas pessoas que afirmaram ter consumido produtos na hamburgueria no último domingo (06). Um deles, o estudante de Gabriel Ferreira, passou mal poucas horas depois e acabou sendo internado no Hospital São Marcos, onde se encontra desde a última terça-feira (08).

• Foto: Alef Leão/GP1Mister Dog

“Eu comi lá no domingo à noite e na madrugada de segunda eu comecei a passar mal em casa. Durante a segunda eu passei o dia todo muito mal, eu não conseguia levantar da cama, vomitava, enfim. Na terça-feira de manhã eu já não aguentei mais, vim para o hospital e de terça até hoje eu estou internado, tomando soro, antibióticos e outros remédios. Foi uma infecção alimentar, eu tive febre. Eu pedi exame de sangue ontem para o médico e ainda não recebi o resultado. Ainda não buscamos o estabelecimento, mas vimos que outras pessoas estavam reclamando nas redes sociais e outras pessoas estavam internadas aqui, então vimos que não foi um caso isolado”, explicou Gabriel.

Um amigo de Gabriel Ferreira, identificado como Silas Júnior, também narrou os mesmos sintomas, no entanto, não precisou ser internado. “A gente foi comer esse hambúrguer na noite de domingo, aí alguns amigos nossos que estavam por lá vomitaram ou se sentiram mal e deram diarreia. Tivemos receio de ir ao hospital, até por conta da covid-19, e já suspeitamos que seria motivado pelo hambúrguer, pela maionese. Depois fomos para o hospital e vi que estava com o quadro de infecção intestinal. Eu não fiquei internado, mas cheguei a tomar medicamentos”, disse Silas Júnior.

Código sanitário não permite uso de maionese caseira

A gerente da Gevisa ressaltou que a Lei 4.975 de 26 de dezembro de 2016 veda a produção e uso da maionese caseira no município de Teresina. Ainda segundo Jeanine Seba, a salmonela pode ser encontrada na gema do ovo e o seu manuseio em produtos alimentícios podem ocasionar infecções. “O uso da maionese caseira não é permitido. A salmonela pode estar na carne do frango, na casca do ovo, mas também pode passar para dentro da gema do ovo. Então, quando se faz a maionese ela é feita com a gema crua e não passa pelo processo de pasteurização, por conta disso ela é proibida. Na investigação que foi feita foi comprovado que foi salmonela, pelos sintomas das pessoas, pelo relato do médico, pela investigação que foi realizada, pela forma como foi manuseado o produto, o ponto crítico foi a maionese caseira”, explicou.

O que diz o proprietário do estabelecimento

O GP1 procurou o proprietário do estabelecimento na tarde desta sexta-feira (11), no entanto, ele não atendeu às ligações.