Carolina Matta
Maura Vieira está com a irmã, Marciane Gomes da Silva, de 37 anos, internada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) com pedra nos rins. A espera pela cirurgia já leva 3 meses e recentemente, com o aumento do número de casos de Covid-19, Marciane Gomes pode acabar esperando mais tempo pela operação.
Além de sofrer com as dores, falta de ar e náuseas, o organismo de Marciane também está rejeitando o cateter duplo J, colocado há mais de 3 meses em uma cirurgia feita por conta do compretimento do rim esquerdo.
“É uma cirurgia simples. Há meses ela está na fila de transferência para o HGV, mas sempre dizem que não tem vaga”, afirmou Maura, que clama por ajuda.
Mas o sofrimento não acaba por aí, ao ser encaminhada ao HUT por conta de uma infecção, ela também ficou sem tomar os antibióticos por falta de remédio. A família só descobriu que Marciane estava sem a medicação 3 dias após a internação.
“Ela tem um filho de 7 anos que ela cuida sozinha, a criança está há mais de 20 dias sem ver a mãe. Ela está desempregada, só recebe 600 reais de auxílio”, se emocionou Maura em entrevista ao GP1.
Maura está acompanhando a irmã durante a batalha para conseguir uma cirurgia pelo SUS, e também denunciou a falta de suprimentos hospitalares simples como esparadrapo e soro.
O que diz o HUT
Em nota, o HUT frisou que o hospital não realiza a cirurgia e que "a regulação assim que encontrar a vaga entrará em contato com a paciente e o HUT encaminhará para o hospital referenciado conforme vaga disponível".
Segue a explicação com base na conduta médica:
A paciente Marciane Gomes permanece internada no HUT em tratamento com antibióticos por conta de uma infecção. Ao chegar o fim do ciclo de medicações o médico reavalia e não se tratando de uma emergência a paciente tem alta e aguarda em casa até o momento da liberação da cirurgia (que é uma urgência programável), paciente não corre risco de vida. A cirurgia não é realizada no HUT e a paciente NÃO sai da lista da regulação do SUS, esse tipo de procedimento deve ser realizado pelos hospitais de referência que são HGV ou HU. A regulação assim que encontrar a vaga entrará em contato com a paciente e o HUT encaminhará para o hospital referenciado conforme vaga disponível.
A finalização do ciclo de medicações que a paciente necessita no momento está chegando ao fim, por orientações médicas a mesma deve ter alta e aguardar em casa. A recomendação deve-se a diversos fatores que compõem o ambiente hospitalar onde o risco de contrair infecções cruzadas ou contaminações como por covid por exemplo é maior e suspender a cirurgia quando liberada devido a um comprometimento da paciente.
Em suma: paciente não sairá da regulação do SUS por aguardar em casa após o controle da infecção ao qual trata atualmente.
Não há necessidade de prolongar a internação no HUT, os riscos podem ser maiores que os benefícios.
Paciente e acompanhante estão conscientes e orientadas sobre a conduta médica e multiprofissional a ser adotada. Em casos de dúvidas a equipe do Serviço Social está acompanhando esse caso e permanece à disposição da paciente e familiares.
O que diz o HGV
O HGV informou que só pode se posicionar quando a paciente estiver nas dependências do hospital.
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