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Teresina - Piauí

Mãe de dentista acusa médico Anatole Borges de pressioná-la para retirar queixa

Ao GP1, a defesa do médico negou que esteja assediando a vítima para que ela retire a queixa.

Após vir à tona o caso do médico Anatole Borges, acusado de agredir a própria sobrinha, a dentista Isadora Santos, a mãe da vítima, Glenda Borges, procurou o GP1 e deu mais detalhes sobre o fato. Segundo Glenda, o médico, que é seu irmão, tem assediado a vítima através da advogada, insistindo para que Isadora retire a queixa de agressão física.

Em entrevista ao GP1, a professora e advogada Glenda Borges explicou que, após o caso de agressão, que aconteceu no dia 25 de junho, a filha procurou a delegacia, registrou Boletim de Ocorrência e conseguiu medida protetiva na Justiça. Dias depois, no entanto, o médico iniciou os pedidos para que a queixa fosse retirada.

Foto: Reprodução/InstagramAnatole Borges
Anatole Borges

Ainda conforme o relato da mãe de Isadora, a filha está muito aterrorizada com toda a situação, tem tido pesadelos e não sente mais segurança. “Ela está muito abalada. As marcas físicas são o de menos, tem a questão emocional. Ela não se sente segura até porque a violência aconteceu no núcleo familiar”, relatou.

E como fica Isadora?

Assustada com a ocorrência, Isadora decidiu se afastar do próprio consultório, pois se sentia insegura, e precisou deixar a cidade para tentar se recuperar e conseguir tentar uma nova vida, longe de toda essa situação.

A mãe de Isadora relatou que mesmo distante de Teresina, a vítima tem recebido mensagens da advogada do médico Anatole Borges, Ana Luiza Sampaio, solicitando um encontro para que pudessem ter uma conversa sobre o fato.

Foto: Reprodução/WhatsappIsadora Santos de Almeida Nogueira Barros
Isadora Santos após agressões

“Isadora teve que sair de Teresina, porque teme pela integridade física dela. Teve que deixar trabalho, teve que deixar tudo, porque teme pela integridade”, disse Glenda.

“Que Justiça é essa?”

Ainda na entrevista, um outro ponto forte relatado pela mãe da vítima foi o descaso da parte policial para com a situação. Ela afirmou que, após o crime, a Polícia Militar foi acionada até o local da ocorrência, mas não conduziu o suposto agressor até a Central de Flagrantes. Para Glenda isso é um absurdo, visto que sua filha apresentava vários hematomas e ferimentos pelo corpo.

“Eu creio que a polícia deve agir de acordo com o que está determinado em lei. Mesmo com o carro [viatura] tendo sido encaminhado até o condomínio [onde aconteceu o fato], eu não entendo porquê ele [médico] não foi conduzido até a Central de Flagrantes. Inclusive o delegado ficou aguardando. Eu acho que deve haver medidas das autoridades competentes, para que a Justiça seja válida para todos. Aconteceu um crime que foi em flagrante. Por que a polícia leva uns e outros não? Que Justiça é essa?”, questionou Glenda Borges.

Entenda o caso

A denúncia de violência doméstica contra o ginecologista Anatole Santos de Almeida Borges foi noticiada pelo portal Viagora nesta segunda-feira (11). A reportagem ouviu a mãe da vítima, Glenda Borges, e ela relatou que o fato ocorreu dentro do apartamento do médico, na zona leste de Teresina.

Isadora Santos foi agredida após se dirigir a casa do tio para tentar resolver uma briga entre ele e a esposa. “Ele empurrou minha filha, minha filha caiu do chão, ele puxou os cabelos dela, ela ficou tentando se sair, até que ele não se contentando, em um acesso de fúria, bateu a cabeça dela em uma porta, bateu, bateu, bateu até sair sangue. Minha cunhada foi que conseguiu tirar minha filha das mãos dele”, narrou a professora.

Outro lado

Na tarde desta terça-feira (12) o GP1 entrou em contato com a defesa de Anatole Borges, por meio do advogado Marcelo Pio. Ele afirmou que de fato a defesa do médico procurou Isadora, com o intuito de chegar a uma conciliação, mas ressaltou que isso não pode ser chamado de assédio.

“Não existe assédio a ninguém, se eu sou advogado contratado e não puder ligar para a pessoa para tentar resolver um problema, então é melhor que a advocacia se acabe. Será que o que eu fiz foi assediar? Acho que não. Estou no direito, estou constituído nos autos, representando o Anatole, então eu tenho que fazer o que ele acha que é correto, ele contrata um profissional, acreditando no trabalho dele. Não estou querendo barrar nada, ela tem todo o direito, isso eu não discuto, ela foi na delegacia, pediu medida protetiva, está tudo ok, agora, dizer que ele está descumprindo medida protetiva através do advogado, não. Nós mandamos uma mensagem para ela, ela poderia dizer: ‘não quero conversar’, é o suficiente, a gente resolve na Justiça”, esclareceu o advogado Marcelo Pio.

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