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Teresina - Piauí

Adolescente com autismo foi executado pelo Tribunal do Crime em Teresina, diz DHPP

A informação consta no depoimento de mais um dos envolvidos no crime, Jardiel Silva Pinheiro.

O adolescente Erieldson Ribeiro da Silva, que foi sequestrado e teve a morte filmada por criminosos em um matagal na zona norte de Teresina, no último dia 22 de junho, foi executado em uma sessão do Tribunal do Crime, mesmo sem pertencer a qualquer facção criminosa. O caso gerou ainda mais revolta após ser revelado que a vítima, além de inocente, tinha autismo. A informação de que o adolescente não era do mundo do crime consta no depoimento de Jardiel Silva Pinheiro, um dos suspeitos de envolvimento no homicídio, preso nessa quarta-feira (12) durante uma operação realizada pelo DRACO.

Em entrevista ao GP1 nesta quinta-feira (13), o delegado Jorge Terceiro, responsável pelas investigações, contou detalhes do depoimento de Jardiel Silva Pinheiro. Segundo o delegado, o acusado afirmou, na oitiva, que foi "convocado" para o local onde houve a sessão do Tribunal do Crime e que chegou a dizer aos comparsas que o adolescente não pertencia a qualquer facção criminosa.

Foto: Lucas Dias/GP1Delegado Jorge Terceiro
Delegado Jorge Terceiro

"Logo após recebermos a informação de que a equipe do delegado Charles Pessoa havia prendido um suspeito de participação no homicídio do Erieldson, nos deslocamos com a nossa equipe até a sede da DRACO e lá procedemos à oitiva do rapaz. Foi gravada a oitiva, em sistema de áudio e vídeo, para a fidelidade da informação, para que o Ministério Público pudesse sentir, de forma mais clara, qual a manifestação do indivíduo, e ele confessou ter participado, não do momento em que o rapaz foi levado para o local do crime, mas que tomou conhecimento quando o rapaz já se encontrava sob custódia de outros indivíduos de uma facção criminosa e, com isso, ele foi até o local. Lá teria acompanhado o que seria o julgamento da vítima e, ao final, teria sido decidido pela morte do rapaz. Então a vítima foi levada para o local onde foi praticado o homicídio, finalmente", explicou Jorge Terceiro.

Vítima não tinha envolvimento com facções

Jardiel contou aos policiais do DHPP que foi questionado pelos demais criminosos se a vítima faria parte de alguma facção e ele afastou tal possibilidade. Ainda assim, o adolescente foi executado. "Ele informou que ao ser questionado por outros indivíduos que estavam nesse local, se o rapaz faria parte ou não [de facção], ele disse que tinha desconhecimento que o rapaz fizesse [parte], mas que mesmo assim teriam chegado a decisão de que o rapaz faria parte e, por isso, seria morto", acrescentou o delegado.

Pelo menos 5 pessoas participaram do crime

As investigações realizadas pelo DHPP permitiram identificar que pelo menos cinco pessoas participaram diretamente da sessão do Tribunal do Crime: Filipi Wanderson Oliveira da Silva, conhecido no mundo do crime como "Manga Rosa"; Everton Rodrigo Pedreira Santos; Jardiel Silva Pinheiro e mais dois adolescentes. "O Jardiel relatou o nome de outras pessoas que se encontravam no local, inclusive, confirmando o que nós já tínhamos na nossa investigação, como, por exemplo, a participação do 'Manga Rosa', que já foi detido. A investigação está chegando a todas as pessoas, todas essas pessoas serão, ao final, responsabilizadas, havendo elementos. A oitiva de Jardiel contribuiu muito para a elucidação do caso. Esperamos que nos próximos dias cheguemos a findar toda a investigação", concluiu o delegado Jorge Terceiro.

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