Fechar
GP1

Piauí

Crianças da periferia de Picos improvisam espaços de lazer

Sem ter um local adequado para brincar crianças da periferia improvisam espaços no meio da rua.

Sem ter um local apropriado para a prática esportiva, crianças e jovens do bairro Paroquial, um dos mais populosos e pobres de Picos, todas as tardes improvisam “campos de futebol” no meio da rua e, se arriscam para jogar uma “pelada” em meio ao tráfego de carros, motos e de pedestres.

Imagem: José Maria Barros/GP1Crianças improvisam pelada no meio da rua.(Imagem:José Maria Barros/GP1)Crianças improvisam pelada no meio da rua.

A aposentada Maria Firmina Ferreira é moradora do bairro Paroquial há 40 anos e mostra-se indignada com a cena em frente a sua casa. Ela diz que os seus sobrinhos e netos são obrigados a jogar bola no meio da rua, em meio à lama e ao lixo que se acumula, por falta de um espaço de lazer apropriado.

Imagem: José Maria Barros/GP1Meninos jogam bola no meio da rua no bairro Paroquial.(Imagem:José Maria Barros/GP1)Meninos jogam bola no meio da rua no bairro Paroquial.

“Aqui no bairro tem criança demais e não existe um lugar para elas brincarem, jogarem bola. Gostaria de apelar ao próximo prefeito para construir uma quadra esportiva e também um colégio, pois as escolas ficam longe de casa”, apela Maria Firmina.

Alternativa

Luan Vitor Alves Ferreira tem 12 anos de idade, é aluno do Colégio Timóteo Borges de Aguiar, em Passagem das Pedras, e reside no bairro Boa Vista. Todas as tardes ele se desloca até o Estádio Helvídio Nunes de Barros, no bairro Malva, para jogar bola em uma quadra que existe lá, pois onde mora não existe qualquer área de lazer pública.

Imagem: José Maria Barros/GP1Crianças jogam em quadra cheia de mato.(Imagem:José Maria Barros/GP1)Crianças jogam em quadra cheia de mato.

O mesmo fazem o adolescente Wanderson de Sousa, 14 anos, estudante do Colégio Landri Salas, e Luís Laelton Fortaleza Lima, 11 anos, aluno do colégio Teresinha Nunes. Os dois residem no bairro Paroquial, mas, devido à falta de espaços também se deslocam todas as tardes para a quadra do Estádio Helvídio Nunes para, jogar bola com outras crianças e adolescentes oriundas dos mais diferentes locais da cidade.

Imagem: José Maria Barros/GP1Crianças jogam em quadra sem traves.(Imagem:José Maria Barros/GP1)Crianças jogam em quadra sem traves.

“Gostaria que fosse construída uma quadra esportiva e um colégio em nosso bairro, pois assim não precisaríamos se deslocar para longe de casa para brincar”, reivindica Wanderson.
“Meu sonho é que fosse construída uma quadra esportiva, um colégio e uma praça lá no bairro onde moro. Mas, enquanto isso não é feito, poderiam pelo menos recuperar essa quadra do estádio, que está cheia de mato, de buracos e sem traves”, apelou Luís Laelton.

Quadro preocupante

De acordo com a assistente Social Liana Barbosa o quadro em Picos é preocupante, visto que as quadras esportivas praticamente são todas particulares. Tem o estádio de futebol e alguns clubes, mas esses são particulares, e algumas quadras esportivas localizadas nas escolas.

Imagem: José Maria Barros/GP1Quadra da AABB é privativa.(Imagem:José Maria Barros/GP1)Quadra da AABB é privativa.

“Não vejo muitas alternativas para as crianças e jovens de Picos. Acredito que seria interessante o gestor pensar nessa área. Construir espaços de lazer, centros comunitários onde pudéssemos trabalhar não só a questão do esporte, do lazer e do entretenimento, mas também a cultura. Com propostas favoráveis dentro do projeto que envolvesse a criança, o adolescente e o jovem”, sugere Liana Barbosa.

Segundo o professor de Educação Física do IFPI - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí – Campus de Picos – Josivaldo Lustosa, a falta de espaço de lazer prejudica o desenvolvimento da juventude.

Imagem: José Maria Barros/GP1Professsor de educação física Frank Rui cobra mais investimentos.(Imagem:José Maria Barros/GP1)Professsor de educação física Frank Rui cobra mais investimentos.

“Se o poder público não agir colocando mais espaços públicos à disposição da comunidade, nós vamos deixar nossas crianças e jovens ociosos. Se não existe um local adequado para a prática esportiva, eles vão procurar fazer outras coisas e muitas vezes se desviam para o alcoolismo e até mesmo para as drogas”, adverte Josivaldo Lustosa.

Curta a página do GP1 no facebook: http://www.facebook.com/PortalGP1

Ver todos os comentários   | 0 |

Facebook
 
© 2007-2024 GP1 - Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do GP1.