Dois dias de carnaval já foram suficientes para superlotar o Hospital de Urgência de Teresina

Dois dias de carnaval já foram suficientes para superlotar o Hospital de Urgência de Teresina (HUT) com centenas de pacientes sendo atendidos nos corredores. A constatação foi feita pela vereadora Teresa Britto (PV), presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores, que visitou o hospital durante o sábado e domingo à noite.


Segundo ela, não houve reforço na equipe médica que fica no setor de emergência e os hospitais de retaguarda - Hospital Universitário (HU) e Hospital Getúlio Vargas (HGV) - não estão ajudando a desafogar essa demanda de pacientes. "Ontem haviam apenas quatro médicos, quatro enfermeiros, poucos técnicos de enfermagem e um fisioterapeuta para o setor de emergência. As enfermarias da emergência que tem capacidade para seis pacientes estavam com 14", disse.

A superlotação afetou, inclusive, o trabalho das equipes do SAMU porque as macas das ambulâncias ficavam "presas" com os pacientes no HUT, visto que não havia mais lugar para recebê-los. Uma médica do SAMU, que não quis se identificar, informou que de sábado para domingo ficaram sete macas no hospital e ventiladores mecânicos.


Teresa Britto afirmou ainda que os equipamentos eram insuficientes para atender à demanda e houve casos de pacientes que vieram a óbito por falta de ventilador mecânico. "Na noite do domingo, um jovem de 23 anos, vítima de acidente de moto em Timon, faleceu por falta de equipamento. Ele aguardava no corredor do hospital recebendo oxigênio com a ajuda de amigos. Assim como ele, muitos outros não tinham atendimento adequado por causa da superlotação", lamentou.

Outro problema grave se referia ao prontuário médico dos pacientes. Segundo a parlamentar, os funcionários da equipe médica precisam sair nos corredores chamando pelo nome do pacientes para medicá-lo porque não havia identificação. "Ninguém sabia quem era o paciente, de onde vinha e por qual problema ele estava ali. Os funcionários saíam chamando nos corredores para saber em quem iriam aplicar a medicação. Está um caos o HUT", criticou.


A vereadora vai solicitar hoje (03) o aumento na equipe do HUT, maior apoio do HGV e HU para desafogar o Hospital de Urgência e também convidar representante do Ministério Público para fazer uma nova visita aos três hospitais. Ela antecipou que irá ingressar com uma ação civil pública para cobrar punição aos responsáveis. "O HUT é onde todo o problema estoura, mas isso acontece porque os outros hospitais não cumprem com suas responsabilidades: os hospitais do interior, os hospitais de bairros em Teresina e a retaguarda. Sem que todos cumpram suas obrigações, fica difícil resolver o problema. Vamos cobrar dos gestores para tentar amenizar essa situação ainda durante o carnaval", assegurou.

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