Câmara Municipal de Picos se omite e não presta homenagem ao ex-prefeito José Nunes de Barros

Indiferente ao sentimento da população que se manifestou das mais diferentes maneiras reconhecendo a importância do legado deixado por José Nunes de Barros, a Câmara Municipal de Picos se omitiu e não prestou qualquer tipo de homenagem ao ex-prefeito, morto na manhã da última quarta-feira, 4 de abril, aos 80 anos de idade.


O ato foi considerado por familiares, amigos, correligionários e admiradores de José Nunes de Barros como uma verdadeira falta de consideração, uma insensibilidade jamais vista por parte do poder legislativo picoense a uma pessoa que muito contribuiu para o desenvolvimento do município, que seja como médico quer seja como homem público que honrou e dignificou os cargos que exerceu, principalmente, o de prefeito da cidade.
“Não sei nem o que dizer de uma tamanha falta de consideração dessas. Não sei o que dizer por que, talvez se eu fosse falar aqui na porta da igreja, na casa de Deus e do povo, poderia comentar algo que não quero. Mas não tem nada não, Deus tomará de conta”, lamentou a ex-vereador Olívia da Silva Rufino, ressaltando que a Câmara Municipal de Picos tinha a obrigação de prestar uma justa homenagem ao medico e ex-prefeito José Nunes de Barros, por tudo o que ele representou.

“Um homem que alavancou a educação, a saúde, foi diretor do Hospital São Vicente de Paula, trouxe para Picos o Campus da Universidade Federal do Piauí, sendo seu primeiro diretor, cargo que demorou pouco tempo, pois foi cuidar da vida de médico que era isso que ele mais gostava e era sua principal função. Por tudo isso e mais que ele representou a Câmara não poderia ter deixado de prestar uma justa homenagem”, lembrou a ex-vereadora Olívia da Silva Rufino.
Amigos do ex-prefeito José Nunes de Barros disseram que a família dele ficou bastante sentida com a falta de consideração da Câmara Municipal de Picos, que não se preocupou em prestar qualquer homenagem ao conceituado médico e político. Para muitas pessoas presentes ao velório, o poder legislativo foi de uma fala de insensibilidade tamanha, pois, no mínimo, deveria ter realizado uma sessão solene para saudar a memória do ex-gestor.

Segundo uma amiga de José Nunes de Barros, o presidente da Câmara Municipal de Picos, vereador Iata Anderson Rodrigues de Alencar Coelho (PSB), teria usado uma emissora de rádio para dizer que o plenário da casa legislativa estava à disposição para a realização do velório. No entanto, o que a família esperava era que a iniciativa partisse da Câmara, que deveria ter realizada uma sessão solene para homenagear o ex-prefeito, o que acabou não acontecendo.

Missa

Com a Igreja Catedral de Nossa Senhora dos Remédios completamente lotada, o padre Sérgio de Moura Leal celebrou a missa de corpo presente. Na oportunidade, familiares e amigos deram depoimentos falando da vida de José Nunes de Barros que foi pautada na ética, no trabalho e na dedicação à família.

Em seguida, sob aplausos, o caixão coberto com a bandeira do Brasil foi carregado por colegas médicos e amigos da família até o carro fúnebre, que seguiu pelas principais ruas da cidade até o cemitério São Pedro de Alcântara. Lá, sob forte comoção o corpo foi sepultado por volta das 11 horas da manhã.

Perfil

Filho de Joaquim Baldoíno de Barros e Isabel Nunes de Barros, José Nunes de Barros nasceu em Picos no dia 3 de outubro de 1930. Era irmão do ex-governador e ex-senador Helvídio Nunes de Barros, falecido em 2 de novembro de 2000. Clínico geral conceituado foi prefeito de Picos no período de 30 de janeiro desde 1973 a 31 de dezembro de 1976. Concorreu sem êxito ao cargo em duas outras oportunidades. Em 1982 e 1996.