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Política

Cunha vira réu na Lava Jato após votação unânime no Supremo

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, é suspeito de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Por unanimidade o Supremo Tribunal Federal (STF) acolheu nesta quinta-feira (3), a denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Eduardo Cunha (PMSB-RJ) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O presidente da Câmara é acusado de exigir e receber pelo menos US$ 5 milhões em propina de um contrato do estaleiro Samsung Heavy Industries com a Petrobras. Com a decisão desta quinta, Cunha passa a ser réu na primeira ação penal no Supremo originada das investigações da Lava Jato.
Imagem: Divulgação Eduardo Cunha(Imagem:Divulgação )Eduardo Cunha

Ainda não foi decidido se Cunha deve se afastar da presidência da Câmara,mas um pedido de Janot para que ele seja afastado do comando da Câmara e do mandato ainda será julgado pelo Supremo.

A sessão para analisar a denúncia contra Cunha teve início na quarta-feira (2), quando Teori Zavascki, ministro relator do caso, apresentou voto pela abertura do processo e foi acompanhado por outros cinco ministros. Nesta quinta, outros quatro ministros acompanharam Zavascki. Apenas o ministro Luiz Fux não votou, porque está em uma viagem fora do Brasil.

Nesta quinta, ao proferir seu voto, Celso de Mello disse que “falta de decoro parlamentar é falta de decência, capaz de desmerecer a Casa [Legislativa] e seus representantes".

"Qualquer ato de ofensa, como aceitação de suborno, culmina por atingir injustamente a própria respeitabilidade institucional do Poder Legislativo, residindo neste ponto a legitimidade do procedimento constitucional da cassação do mandato parlamentar de quem se haja demonstrado indigno de representar o povo brasileiro", disse.

Eduardo Cunha é alvo de processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados sob a acusação de ter mentido aos colegas durante a CPI da Petrobras que não possuía contas bancárias no exterior. Pouco tempo depois foi descoberto que existem contas na Suíça das quais ele é beneficiário.

O ministro José Dias Toffoli disse em seu voto que, apesar de existirem elementos para iniciar a ação penal, não existem até o momento, provas para condenar o deputado.

"A dúvida neste momento beneficia a acusação, na medida em que não estamos a condenar. Os elementos são suficientes para o trânsito. Embora se estivesse a julgar uma ação penal não entenderia que os elementos são suficientes para a condenação. Vamos ver o que teremos de elementos probatórios ao longo do processo penal", disse.

A partir de agora, com a abertura da ação penal, a PGR poderá coletar novas provas e ouvir testemunhas. Só no final o STF poderá condenar Cunha e estipular uma pena; ou absolve-lo e arquivar definitivamente o caso.

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