O ministro da Economia Paulo Guedes disse, em entrevista à revista Veja nesta sexta-feira (18), que ele foi o principal articulador para impedir o impeachment do presidente Jair Bolsonaro. De acordo com ele, o plano seria comandado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), “gente da Justiça” e outros governadores.
Preocupado com os rumos dessa articulação, Guedes contou que ligou para todos os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para desarticular o suposto plano para abrir o processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro.
"Houve, sim, um movimento para desestabilizar o governo. Não é mais ou menos, não. Tinha cronograma. Em sessenta dias iriam fazer o impeachment. Tinha gente da Justiça, tinha o Rodrigo Maia, tinha governadores envolvidos. O Doria ligou para mim e disse assim: ‘Paulo, é a chance de salvar a sua biografia. Esse governo não vai durar mais de sessenta dias. Faz um favor? Se salva’”, relatou o ministro.
Paulo Guedes frisou ainda que precisava salvar o governo porque milhões de brasileiros acreditaram na transformação do país.
Para acalmar o clima, o governo teria conversado para abrir mão do então ministro da Educação, Abraham Weintraub. “Liguei para cada um dos ministros do Supremo para tentar entender o que estava acontecendo. Conseguimos desmontar o conflito ouvindo cada um deles. O ministro Gilmar Mendes, por exemplo, sugeriu que o governo deveria dar um sinal, caso estivesse realmente interessado em pacificar as relações. A demissão do Weintraub foi uma sinalização. Liguei também para o ministro Barroso e para o ministro Fux”, declarou Paulo Guedes.
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