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Saúde

Dermatite atópica é desconhecida por 41% dos brasileiros, diz Ipec

Mesmo informados que a enfermidade não é contagiosa, 14% ainda declaram ter medo do contato.

Doença comum na pele, a dermatite atópica é desconhecida por 41% dos brasileiros, segundo levantamento feito pelo Ipec (ex-Ibope). A DA, como é chamada, é genética e crônica, caracterizada por pele seca, lesões que coçam muito e crostas, mas é confundida com uma alergia por 36% dos entrevistados. De acordo com o levantamento, 60% dos brasileiros têm informações equivocadas e insuficientes sobre os sintomas da doença.

Para o dermatologista Caio César Siqueira Formiga, o ciclo de desinformação em torno da dematite atópica dificulta o diagnóstico precoce e a busca por tratamento. “A maioria dos pacientes começa os sintomas nos primeiros anos de vida, quem tem predisposição genética ou alguém na família com esse problema", afirmou. "Mas é possível controlar com os cuidados adequados e frequentemente este controle é mais fácil com o avançar da idade."

Embora a doença não seja contagiosa, 21% dos entrevistados na pesquisa, que foi encomendada pela farmacêutica Pfizer, afirmam acreditar no contágio, por exemplo, por meio das lesões, relações sexuais e até por transfusão de sangue. Mesmo informados que a enfermidade não é contagiosa, 14% ainda declaram ter medo do contato com pacientes com lesões aparentes.

Aspecto emocional

O aspecto emocional de quem tem a doença também foi mensurado no levantamento: 59% disseram que ficariam "muito abalados" com o diagnóstico e 31% responderam que ficariam "pouco abalados". A população entre 18 e 24 anos foi a que demonstrou maior sensação de temor, com 67% das respostas para muito abalado, assim como entre as mulheres (64%).

“A dermatite atópica é conhecida por acompanhar muitos outros problemas psicológicos, incluindo estresse, distúrbios do sono, depressão e ideação suicida”, afirma a dermatologista Alda Conti. A médica ressalta que a DA “está intimamente relacionada à qualidade de vida dos pacientes devido à natureza irritante e desfigurante da doença”.

Vários aspectos da vida do paciente requerem atenção, aponta Alda, que cita o tipo de roupas usadas, a duração do banho e a adoção do uso contínuo de emolientes. “A vida familiar e social, capacidade de praticar esportes, dormir ou estudar e, dependendo da idade, vida sexual e profissional também são afetadas”, afirma Alda Conti.

A principal medida para ajudar no controle da coceira e das feridas é manter a pele hidratada, completa o dermatologista Caio César Siqueira Formiga. “O uso de hidratante, de preferência sem fragrâncias, logo após o banho é muito importante. Além disso, é fundamental que o banho seja suave, preservando pelo menos parte da oleosidade natural da pele e deve-se evitar banho quente e prolongado”, orienta o profissional.

O levantamento do Ipec ouviu 2.327 internautas, com idade acima de 18 anos, de Manaus, Brasília, Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

Confira algumas medidas que devem ser adotadas de maneira contínua para evitar crises

Manter a hidratação da pele contínua mesmo que esteja bem, no período fora de crise.

Não tomar remédios por conta própria e não passar produtos na pele, sem orientação médica.

Usar roupas leves. Evitar roupas apertadas e de cor escura no verão. Preferir tecidos de algodão e malhas. Evitar tecidos sintéticos, lycra ou jeans.

Usar sempre protetor solar.

Banhos de sol devem ser, de preferência, nas primeiras horas da manhã ou ao entardecer. Ao sair da piscina ou praia, tirar a roupa molhada e tomar um banho rápido, com aplicação de creme hidratante em seguida.

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